Doria diz que recusaria apoio de Bolsonaro: 'Não creio em extremismos'
Pré-candidato ao governo paulista também se contrapôs a Alckmin e disse que seria 'muito mais duro' na segurança pública
© Nacho Doce / Reuters
Política São Paulo
O pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes João Doria (PSDB) se contrapôs nesta quarta-feira (11) à gestão de seu colega de partido e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e disse que, se eleito, será "muito mais duro" na área da segurança pública.
Doria fez a ressalva de que São Paulo tem os melhores índices nacionais de segurança, mas, segundo ele, isso não se reflete em uma sensação maior de segurança, sobretudo nas cidades do interior.
"Não existia o medo que hoje há determinado pela criminalidade", afirmou Doria em entrevista à rádio Jovem Pan. "Até nas pequenas cidades os índices de criminalidade cresceram muito."
O pré-candidato ao governo defendeu maior investimento na inteligência e o aumento do contingente das polícias. Segundo o tucano, o número de policiais vem diminuindo por causa da falta de reposição.
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Em relação à Petrobras, Doria disse ser favorável a privatização da empresa -Alckmin já disse que manterá a petroleira estatal.
"Temos que terminar com o monopólio público, espero que Alckmin, sendo eleito presidente, proponha o fim da Petrobras e sua privatização", disse.
Apesar das divergências, Doria voltou a negar qualquer possibilidade de se candidatar ao Planalto. O tucano reconheceu há certo distanciamento de Alckmin em eventos públicos, mas afirmou que o ex-governador passará a fazer campanha a seu lado a partir do mês que vem. "Alckmin é o meu candidato", reiterou.
Sobre o fato de Alckmin não decolar nas pesquisas de intenção de voto, Doria disse que seu colega de partido precisa "voltar a fazer campanha".
Questionado sobre sua saída da Prefeitura de São Paulo mesmo após promessas de que cumpriria o mandato de quatro anos, o tucano afirmou que ainda se vê como um gestor e que deixou uma equipe competente na administração da cidade.
Ele afirmou que não aceitaria apoio de Jair Bolsonaro (PSL) para sua candidatura pois o presidenciável tem ideias "extremistas".
"Não [aceitaria apoio]. Agradeço, mas declino. Não acredito em extremismos, mas em projeto central, liberal. Eu não desrespeito quem o apoia, os que tendem a ter visão que extremismo de direita tende a salvar o país, e nem de esquerda. Precisamos de um país que vá para frente, mas não é preciso empunhar armas e destruir economia e nem 'venezualizar' o país para isso", disse.
O ex-prefeito confirmou que os deputados federais Ricardo Tripoli e Mara Gabrilli serão os candidatos do PSDB ao Senado com a desistência do apresentador José Luiz Datena (DEM). Com informações da Folhapress.