Sou o candidato da minha história, não o de Temer, diz Meirelles
Candidato do MDB tenta de se descolar do impopular governo atual
© Reuters / Adriano Machado
Política Estratégia
Na estratégia de se descolar do impopular governo de Michel Temer, o presidenciável Henrique Meirelles (MDB) disse nesta terça-feira (7) que não é o candidato do governo.
"Eu sou um candidato da minha história. Eu tive uma história de sucesso na iniciativa privada", afirmou a jornalistas na saída de uma conversa com o apresentador Luciano Huck sobre propostas de agenda digital para o setor público.
"Eu recebo o endosso de líderes do partido [MDB] no Brasil inteiro", despistou, ao ser confrontado com a afirmação de que o presidente e seu colega de partido é o principal fiador da candidatura.
"Aceito o apoio dele [Temer]. Eu aceito o apoio de todas as lideranças que queiram apoiar um projeto que é importante para o país. Inclusive aceito o apoio de vocês, se vocês quiserem", falou aos repórteres.
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"Eu não estou aqui selecionando quem pode ou não pode me apoiar, porque inclusive seria uma arrogância."
O candidato disse que a baixa popularidade do presidente "não interfere absolutamente nada" em sua campanha. O governo é considerado ruim ou péssimo por 82% dos brasileiros, segundo o Datafolha. "Isto é uma avaliação que não tem nada a ver com o meu trabalho", disse o presidenciável.
Meirelles deu entrevista a Huck no GovTech, encontro realizado em São Paulo sobre o uso de tecnologias por governos. O comunicador e empresário foi um dos curadores da programação.
Na conversa com o apresentador, Meirelles também procurou se distanciar do atual presidente da República.
"Eu não sou o candidato do governo", disse ele, corrigindo uma pergunta do apresentador sobre medidas da gestão Temer na área tecnológica.
"Eu exerci o Ministério da Fazenda neste governo, como eu fui presidente do Banco Central no governo Lula [PT]", afirmou.
O candidato, que iniciou sua fala comparando tempos digitais e analógicos, aproveitou um exemplo para alfinetar dois adversários na corrida eleitoral.
"Antigamente o pregão da Bolsa de Valores era todo mundo gritando. Parecia Ciro [Gomes] e [Jair] Bolsonaro hoje em dia", afirmou o ex-ministro, para risos da plateia.
Ciro e Bolsonaro não participaram do evento. Os principais candidatos foram convidados, segundo a organização. Compareceram, além de Meirelles, Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), João Amoêdo (Novo) e Marina Silva (Rede).
O ex-ministro se disse favorável à transparência do governo, à privacidade de dados do cidadão e à criação de um sistema único de identificação digital. Com informações da Folhapress.