Meteorologia

  • 23 DEZEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

PT espera aval de Lula sobre substituição por Haddad

Partido também quer usar ONU em recurso ao Supremo

PT espera aval de Lula sobre substituição por Haddad
Notícias ao Minuto Brasil

11:13 - 03/09/18 por Folhapress

Política Eleições

Depois de ter a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva barrada pela Justiça Eleitoral, o PT avalia recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) e deixar com o ex-presidente a palavra final sobre a sua substituição pelo candidato Fernando Haddad.

O recurso ao STF seria uma medida para discutir a validade dos tratados internacionais no Brasil. Na opinião dos advogados, esses acordos garantem ao petista participar das eleições.

Há duas semanas, o Comitê de Direitos Humanos da ONU se posicionou a favor de que o petista possa ser candidato até o fim dos recursos contra sua condenação na Lava Jato.

Em seu voto no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na sessão que barrou a candidatura de Lula, o ministro Edson Fachin afirmou que a posição do comitê deveria ser acatada, mas foi vencido por 6 a 1. Petistas dizem acreditar que o voto divergente de Fachin pode ser explorado para angariar apoio de outros ministros do STF para essa tese.

+ Ciro ataca Bolsonaro e chama Doria de ‘vagabundo’ e ‘nojento’

A estratégia, porém, ainda não está fechada e passará pela decisão do próprio Lula. Nesta segunda-feira (3), o ex-presidente vai conversar com Haddad e outros dirigentes para dar as orientações para os próximos dias.

"Infelizmente não temos a agilidade do TSE. Ainda estamos estudando o acórdão [da sessão que terminou na madrugada de sábado]. Precisamos de alguns dias para pensar nas alternativas", disse Fernando Neisser, um dos advogados do ex-presidente.

Nos bastidores, o recurso ao STF é tratado como uma medida formal que precisa ser tomada, visto que o PT e o próprio Lula deixaram claro que recorreriam a todas as instâncias para tentar garantir sua presença na eleição.

Não há, no entanto, muito otimismo com o resultado do recurso. O que os petistas querem saber agora é quando o ex-presidente autorizará sua substituição como candidato.

A avaliação no PT é que, como conseguiu o direito de se manter no horário eleitoral até a troca de Lula, o partido ganhou tempo para esticar a corda e fazer a substituição no último dia do prazo dado pelo TSE, 11 de setembro.

A tese de Lula é de que quanto mais próximo do primeiro turno se der a substituição, maior seu potencial para transferir votos para Haddad –o ex-presidente tem 39%, segundo o último Datafolha.

Na próxima segunda (10), um dia antes do limite para a troca, o PT fará um evento em São Paulo com o mote "a arrancada para a vitória". O ato será realizado na PUC-SP, com a presença de Haddad.

Aliados do vice apostam no simbolismo e no "timing". Em 2016, antes do impeachment, Dilma Rousseff participou de um evento no mesmo local e conseguiu passar a imagem de que a esquerda estava unida para defendê-la.

Os advogados do PT também enfrentarão nesta semana uma série de pedidos feitos ao TSE neste domingo (2) para suspender o horário eleitoral da sigla no rádio e na TV e retirar da internet seus programas.

Representantes do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do partido Novo acionaram o tribunal alegando que o partido apresentou Lula como candidato nos programas veiculados no fim de semana, o que foi proibido pelo TSE.

"Os representados [PT] veicularam propaganda em rede na TV em que não apenas apresentam Lula como candidato a presidente como desafiam a decisão deste tribunal ao veicular a informação de que 'a ONU já decidiu que Lula poderia ser candidato e ser eleito presidente do Brasil', embora essa não tenha sido a conclusão desta corte", sustentou o Novo.

Haddad disse a jornalistas neste domingo, em Maceió (AL), que acredita que, se a candidatura de Lula fosse confirmada, ele ganharia no primeiro turno. "Acredito que a população brasileira está acompanhando os nossos movimentos e os movimentos do presidente Lula não só com muita atenção, mas com muita sabedoria", disse. Haddad estava ao lado do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e de Renan Filho (MDB), que busca a reeleição como governador de Alagoas. O ex-prefeito teceu elogios aos dois, afirmando que Renan é companheiro de longa data de Lula. Com informações da Folhapress.

Campo obrigatório