Por eleitores de Lula, Ciro abandona estilo moderado e vai ao Nordeste
A partir desta quinta-feira (6), ele pretende visitar seis estados: Pernambuco, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba
© Rodolfo Buhrer / Reuters
Política Estratégia
O tom moderado utilizado pelo candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, para atrair o voto de eleitores indecisos não durou um mês.
Na tentativa de ocupar o vácuo eleitoral deixado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, barrado na semana passada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o candidato voltou a adotar estilo agressivo.
A estratégia tem sido de polarizar o debate eleitoral com Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB), tentando se apresentar como um nome mais competitivo e qualificado no campo da esquerda que Fernando Haddad (PT).
Em paralelo, o candidato tem aproveitado a demora na oficialização do substituto de Lula, que deve ser feita apenas na próxima terça-feira (11), para iniciar um périplo pelo Nordeste, principal reduto eleitoral do partido.
A partir desta quinta-feira (6), ele pretende visitar seis estados: Pernambuco, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba. Nas viagens, quer fazer corpo a corpo com potenciais eleitores e caminhadas em áreas urbanas.
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Pesquisa interna encomendada pela equipe de campanha mostrou potencial de crescimento de Ciro sobre eleitores de Lula, sobretudo diante do desconhecimento de Haddad entre parcela da população.
O esforço é de justamente virar votos a favor de Ciro antes que a estrutura petista intensifique a vinculação direta entre Lula e Haddad no material regional de campanha eleitoral.
Apesar da vontade de Haddad de ser lançado imediatamente como o candidato, Lula ainda insiste na defesa de sua própria candidatura. A demora tem limitado a atuação do petista.
Na semana passada, Ciro já começou a testar um discurso crítico a Haddad. "Como é que alguém acha que um camarada desse, com 15 dias da eleição, vai virar presidente? Se isso der certo, não dá certo", disse em entrevista ao The Intercept Brasil.
O abandono do estilo moderado também teve início na semana passada. Às vésperas do julgamento de Lula na Justiça Eleitoral, ele chamou Bolsonaro de "projetinho de Hitlerzinho tropical" e chamou seus eleitores de "inimigos da pátria"
Os ataques se intensificaram nesta semana durante sabatinas promovidas em São Paulo. Ele disse que Alckmin "deixa roubar" e que ele, Ciro, não faz parte "dessa esquerdinha boboca que fica alisando bandido". Com informações da Folhapress.