Vice de Bolsonaro sobre atentado: 'Já deu o que tinha que dar'
General diz que campanha deve evitar explorar o episódio do esfaqueamento na corrida presidencial
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Política MOURÃO
O general Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta terça-feira (11) que a campanha deve evitar explorar o episódio do esfaqueamento na corrida presidencial.
"Esse troço já deu o que tinha que dar. Isso é uma exposição, eu julgo que já cumpriu a sua tarefa", disse, após participar de uma reunião com apoiadores em Brasília.
Mourão confirmou que a campanha do presidenciável do PSL deve migrar para a internet nos próximos dias. Com o impedimento do candidato de ir às ruas e com pouco tempo de televisão, a saída será apostar na popularidade nas redes sociais para alcançar novos eleitores.
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Segundo ele, será gravada uma série de programas que contará com uma participação breve de Bolsonaro.
O deputado federal segue internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde foi transferido na sexta-feira (7), um dia depois de ter sido esfaqueado em ato de campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais.
A expectativa é de que ele possa gravar pequenos vídeos já nos próximos dias. Segundo boletim médico divulgado há pouco, ele deixou a UTI e já começou a ingerir alimentos sólidos.
Mourão explicou que os programas podem ser transmitidos por meio das redes sociais durante o horário eleitoral gratuito. Mas imagens de Bolsonaro hospitalizado devem ficar de fora da TV.
Devem participar dos vídeos, além do candidato, o vice e Paulo Guedes, principal fiador da área econômica da campanha.
Ainda não há uma definição sobre quais agendas públicas Mourão deve assumir. Há um grupo mais ligado aos militares e ao PRTB que defende que ele assuma maior protagonismo.
Já alas do PSL mais próximas a Bolsonaro, dizem que ele não pode ocupar o lugar do candidato.
Outra indefinição é sobre a participação nos debates entre presidenciáveis. Inicialmente havia uma resistência de Bolsonaro em ir aos programas, já que sua presença causou desgaste à sua imagem.
Porém, o PRTB defende que o espaço não pode ficar vazio e a legenda apresentará nesta terça um pedido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que o vice substitua o deputado federal enquanto ele estiver internado.
"Vamos fazer consulta ao TSE porque o não nós já temos garantido, isso já é uma realidade. Vamos ver qual será a resposta de lá", disse Mourão.
A campanha, contudo, já espera a contestação de concorrentes, já que o PT teve pedido semelhante negado pela Justiça eleitoral.
A legenda, que oficializou nesta terça o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como candidato, vinha pedindo que ele ocupasse o lugar do ex-presidente Lula nos debates, já que o petista está preso. Com informações da Folhapress.