Justiça concede habeas corpus a Marconi Perillo
Perillo é um dos investigados na Operação Cash Delivery
© REUTERS / Ueslei Marcelino (Foto de arquivo)
Política Ex-governador
A justiça concedeu habeas corpus ao ex-governador de Goiás, Marconi Perillo. Ele foi solto por volta das 16h desta quinta-feira (11).
Marconi foi preso na quarta (10) enquanto prestava depoimento à Polícia Federal sobre a operação Cash Delivery. A oitiva durou cinco horas.
A investigação trata do pagamento de propinas em campanhas eleitorais.
O advogado dele, Antônio Carlos Almeida, conhecido como Kakay, disse que o inquérito seguirá o rito normal. Ele se mostrou indignado com a prisão.
"O novo decreto de prisão é praticamente um 'cópia e cola' de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF-1", afirmou o advogado.
"Como adiantamos desde o primeiro momento a prisão era ilegal, arbitrária e infundada, e de certa maneira afrontava outras decisões de liberdade que já foram concedidas nesta mesma operação."
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A defesa informou que tem convicção da inocência de Perillo. "O que pedimos, desde o início, é o respeito às garantias constitucionais. Ninguém está acima da lei. Apoiamos toda e qualquer investigação, mas sem o uso desnecessário de medidas abusivas", diz a defesa.
Em 28 de setembro, a PF deflagrou a operação Cash Delivery para apurar suposto esquema de pagamento de propinas a Perillo e alguns de seus principais aliados.
Em documento obtido pela reportagem no dia da operação, a PF informava que só não requereu naquele momento a prisão do ex-governador por causa de restrições da lei eleitoral. Candidatos não podem ser presos entre 15 dias antes e dois dias após o pleito.
A Cash Delivery se baseia em delações premiadas de executivos da Odebrecht na Operção Lava Jato.
Eles relataram que, em troca de favorecer a empreiteira em contratos no estado, Perillo recebeu R$ 2 milhões em 2010 e R$ 10 milhões em 2014.
Em setembro, a Polícia Federal apreendeu R$ 940 mil em dinheiro na casa de um motorista do ex-tesoureiro de Perillo.
Perillo disputou a eleição para o Senado no último domingo (7), mas não se elegeu. Ficou em quinto lugar, com 7,55% dos votos dos goianos. Com informações da Folhapress.