Haddad acusa Bolsonaro de 'abraçar nazismo'
Declaração marca uma subida de tom na campanha do petista, que aparece 16 pontos atrás do deputado federal na última pesquisa do Datafolha
© Stringer . / Reuters
Política Eleições
O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, acusou seu adversário no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL), de "abraçar o nazismo".
A declaração marca uma subida de tom na campanha do petista, que aparece 16 pontos atrás do deputado federal na última pesquisa do Datafolha, e chega em meio a uma onda de ataques com supostas motivações políticas pelo país.
A agência de jornalismo investigativo "Pública" contabiliza pelo menos 50 ataques de apoiadores de Bolsonaro em um período de 10 dias, incluindo a morte do mestre de capoeira baiano Romualdo Rosário da Costa, 63, assassinado a facadas após defender o PT.
"Bolsonaro é violência, é bala, é desrespeito. Ele é a representação de tudo o que tem de pior em termos de violência no país. O próprio Bolsonaro declarou em entrevista que, se estivesse na Alemanha dos anos 1930, se alistaria no exército nazista", declarou Haddad em coletiva de imprensa nesta sexta (12).
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O candidato do PT comentava a intimidação sofrida durante sua visita à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na última quinta (11), quando um eleitor de Bolsonaro xingou a Igreja Católica e perseguiu de carro a comitiva de Haddad.
"Vamos separar o que é fake news do que o próprio candidato fala a seu próprio respeito. Cultura da violência, do estupro, da tortura, do nazismo, quem abraça com as próprias palavras é ele próprio", disse.
Também nesta sexta, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) disse estar "profundamente preocupado" com o clima de violência nas eleições brasileiras. Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", o Acnudh cobrou condenações explícitas dos líderes políticos a esse tipo de episódio.
Por sua vez, a Igreja Católica pediu o fim do "mundo de separação" no Brasil, durante a missa pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida, celebrada no santuário dedicado à santa. Bolsonaro, após ter dito que não podia controlar seus seguidores, tomou distância das agressões e afirmou que "dispensa" o voto de quem pratica violência contra adversários.
"A esse tipo de gente, peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar", declarou.(ANSA)