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Bolsonaro pode ser investigado por crime eleitoral após visita ao Bope

Caberá à Procuradoria-Geral Eleitoral, Raquel Dodge, avaliar a representação e, se entender que há irregularidade no caso, poderá pedir abertura de ação ao TSE

Bolsonaro pode ser investigado por crime eleitoral após visita ao Bope
Notícias ao Minuto Brasil

07:05 - 17/10/18 por Estadao Conteudo

Política Investigação

A coligação "O povo feliz de novo" (PT/PC do B/PROS), do candidato Fernando Haddad (PT), pediu nesta terça-feira (16), ao vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, que sejam investigados o uso das instalações do Bope pelo candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, e o papel da empresa AM4 Informática na elaboração da estratégia digital da campanha do adversário.

Procurada pela reportagem, a campanha de Bolsonaro e a AM4 Informática não haviam se manifestado até a publicação deste texto.

Na última segunda-feira (15), Bolsonaro visitou por cerca de duas horas a sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope), no Rio de Janeiro. Na ocasião, disse que "quem vai mandar no Brasil, serão os capitães" e tirou fotos com policiais militares.

A coligação de Fernando Haddad acusa o adversário de utilizar o espaço público para a veiculação de propaganda eleitoral, o que violaria o Código Eleitoral.

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O artigo 377 do Código Eleitoral prevê que o "serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas dependências não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político".

Caberá à Procuradoria-Geral Eleitoral, que é chefiada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, avaliar a representação da campanha petista. Se entender que há irregularidade no caso, poderá pedir a abertura de uma ação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Estratégia digital

Em outro pedido, a coligação de Fernando Haddad afirma que tomou conhecimento pela imprensa de que a campanha de Bolsonaro mobilizou seguidores para tentar reverter episódios negativos por meio da distribuição via WhatsApp de conteúdo favorável ao candidato do PSL.

"É fato público e notório que a disseminação de publicações que degradam, a partir de informações falsas, o candidato Fernando Haddad, a candidata Manuela D'Ávila e a coligação 'O Povo Feliz de Novo' é intensa, danosa e recorrente", alega a coligação de Haddad.

Para a campanha de Haddad, "tudo leva a crer que a empresa de estratégia digital, bem como a campanha da coligação 'Brasil acima de tudo, Deus acima de todos', pode ter envolvimento nessa rede de produção e circulação de notícias falsas".

A coligação de Haddad alega que a investigação é importante para evitar o desequilíbrio do pleito e o abuso do poder econômico, "uma vez que tal prática tem potencial suficiente a comprometer o equilíbrio do pleito eleitoral de 2018".

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