Ministros do STF consideram grave declaração de filho de Bolsonaro
Celso de Mello diz que manifestação foi 'inconsequente e golpista', enquanto outro ministro afirmou ser 'uma mistura de autoritarismo com despreparo'
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Política 'autoristarismo'
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestaram a respeito da declaração dada pelo deputado Flávio Bolsonaro, no domingo (21), sobre a Corte. De acordo com um grupo consultado pela jornalista Miriam Leitão, do 'Globo', o caso não pode ficar sem resposta.
Em reação ao filho do presidenciável Jair Bolsonaro, que disse que "basta um soldado e um cabo para fechar o STF", um dos ministros lembrou que, para fechar o Supremo, “o que nem a ditadura tentou”, será preciso “antes disso revogar a Constituição”.
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Um assessor direto disse ao colunista do 'Globo' Lauro Jardim que Toffoli "não quis botar mais lenha na fogueira". Já Marco Aurélio Mello e Rosa Weber minimizaram a gravidade da declaração de Eduardo Bolsonaro.
Celso de Mello, por sua vez, classificou a afirmação como "inconsequente e golpista" em nota enviada à 'Folha de S. Paulo'. De acordo com o ministro, a votação recorde do deputado não legitima "investidas contra a ordem político-jurídica".
Essa declaração, além de inconsequente e golpista, mostra bem o tipo (irresponsável) de parlamentar cuja atuação no Congresso Nacional, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição da República!!!! Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas contra a ordem político-jurídica fundada no texto da Constituição! Sem que se respeitem a Constituição e as leis da República, a liberdade e os direitos básicos do cidadão restarão atingidos em sua essência pela opressão do arbítrio daqueles que insistem em transgredir os signos que consagram, em nosso sistema político, os princípios inerentes ao Estado democrático de Direitos".
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Os ministros consultados por Miriam Leitão optaram por não serem citados na matéria, pois a ordem é que o presidente da Casa, Dias Toffoli - que estava em um congresso em Veneza -, ou o decano Celso de Mello falem em nome do STF.
Um dos ministros classificou a manifestação de Eduardo Bolsonaro como "uma mistura de autoritarismo com despreparo". "O que ele falou, e ele já é deputado, é golpista. Nem a ditadura fez o que ele disse que é fácil fazer. Em 1969, foram cassados três ministros, mas o STF nunca foi fechado", completou.
Outro, admitiu que tem ficado claro o risco da eleição de um populista de direita. Um terceiro justificou o posicionamento do STF em uma só voz pelo momento conturbado que o país vive. No entanto, ele admite que o assunto deve ser levado a sério.