Rodrigo Maia visita QG de Bolsonaro e assume pautar lei de armamento
Nos bastidores, Maia articula para ter o apoio de Bolsonaro e do PSL na disputa pela presidência da Câmara
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Política Presidente
Em meio às articulações para tentar um novo mandato como presidente da Câmara em 2019, Rodrigo Maia (DEM-RJ) esteve no QG da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) na manhã desta terça-feira (23).
Ele deixou sua casa, no bairro de São Conrado, para tomar café da manhã com deputados que integram a bancada da bala em um hotel de luxo na Barra da Tijuca, a 350 metros da casa do presidenciável.
Nos bastidores, Maia articula para ter o apoio de Bolsonaro e do PSL na disputa pela presidência da Câmara.
O partido do capitão reformado, que terá a segunda maior bancada, também já fez acenos no sentido de apoiar o deputado do DEM.
Em entrevista recente, o presidente da legenda, Gustavo Bebianno, já disse ver com bons olhos o apoio do PSL a Maia.
Perguntado pela reportagem se esse era o tema do encontro, o deputado mostrou-se irritado e negou. "Não teve conversa de nada. Não vou tratar de nada até dia 28. Não é agenda para agora [presidência da Câmara]. A agenda agora é a eleição, qualquer outro assunto é besteira."
Maia negou que, com a visita, estivesse tentando um encontro com Bolsonaro.
Após o café da manhã com o presidente da Câmara, deputados da bancada da bala foram recebidos pelo presidenciável do PSL.
Eles foram levados à casa do capitão reformado pelo coordenador da bancada, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), e pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), anunciado ministro da Casa Civil de eventual governo Bolsonaro.
A reportagem perguntou se Maia vai declarar apoio abertamente ao candidato do PSL."Uma declaração não vai fazer nenhuma diferença. Todo mundo sabe meu histórico de oposição ao PT", respondeu.
O presidente da Câmara disse que seu posicionamento sobre a disputa pelo Palácio do Planalto está contemplado pela fala do prefeito ACM Neto, presidente nacional do DEM.
A legenda liberou os filiados para apoiarem quem desejassem, mas o prefeito declarou apoio ao candidato do PSL.
DESARMAMENTO
Fraga, que saiu derrotado da disputa pelo governo do Distrito Federal, também negou que o encontro Maia esteja relacionado a apoio à sua reeleição como presidente da Câmara.
Segundo ele, o café da manhã serviu para a discussão de pautas que deve ser votadas na Câmara até o fim do ano."Um ponto deles é a flexibilização do estatuto do desarmamento, que é muito importante. É uma bandeira de campanha de todos nós", afirmou Fraga.
De acordo com o deputado, o presidente da Câmara prometeu pautar um projeto que revê o estatuto do desarmamento.
O gesto de Maia é visto como uma sinalização a Bolsonaro, que tem como uma de suas principais bandeiras para segurança pública a defesa do porte de armas para cidadãos comuns.
Já Fraga afirma que o tema estava na pauta antes mesmo das eleições."Esse acordo foi feito antes das eleições, já estava pré-determinado com o presidente Rodrigo Maia, que nós vamos votar de três a quatro projetos de grande importância ainda neste final de ano", disse.
Segundo Fraga, o acordo passa pela votação de três pontos do projeto: diminuição do limite de armas de 6 para 3 por pessoa; fim da exigência da comprovação da necessidade de compra e porte rural de arma dentro dos limites das propriedades."Nós, inclusive, estamos com uma proposta de reduzir o número de armas. Portanto, não é nada de forma açodada. Esse acordo já foi feito antes das eleições." Com informações da Folhapress.