Exército pede apuração de críticas de coronel da reserva a STF
General Villas Bôas enviou representação ao Ministério Público Militar sobre vídeo divulgado na internet
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Política Forças Armadas
O gabinete do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, encaminhou representação ao Ministério Público Militar para que seja investigado "o cometimento de possível ilegalidade" em um vídeo gravado e divulgado na internet pelo coronel da reserva do Exército Carlos Alves, morador do Rio de Janeiro.
No vídeo, o coronel chama a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, de "salafrária, corrupta e incompetente" por ela ter se reunido com representantes de partidos políticos que solicitaram uma investigação sobre reportagem da Folha de S.Paulo.
A reportagem revelou que empresas pagaram pelo impulsionamento de mensagens anti-PT no aplicativo de mensagens Whatsapp durante as eleições.
É parte da rotina, adotada em todas as eleições já feitas no país, que ministros do TSE recebam representantes de partidos políticos que pedem providências do Judiciário sobre determinados assuntos.
O coronel da reserva faz ainda uma série de ameaças e acusações contra ministros de tribunais superiores, insinuando fraudes nas eleições e ameaçando convocar pessoas para atos de violência caso o presidente eleito no próximo dia 28 seja Fernando Haddad (PT), adversário de Jair Bolsonaro (PSL).
Em resposta à reportagem sobre o comportamento do coronel da reserva, o Comando do Exército informou em nota: "O referido militar afronta diversas autoridades e deve assumir as responsabilidades por suas declarações, as quais não representam o pensamento do Exército Brasileiro. O general Villas Bôas, comandante do Exército, é a autoridade responsável por expressar o posicionamento da Força. Cabe ressaltar ainda que o comandante do Exército, por intermédio de seu gabinete, encaminhou uma representação ao Ministério Público Militar solicitando que fosse investigado o cometimento de possível ilegalidade".
Procurado pela reportagem, o coronel da reserva não foi localizado para comentar o assunto. Com informações da Folhapress.