França vai a 51% dos votos válidos em SP e Doria cai para 49%
É a primeira vez que há empate técnico entre os dois
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Política Datafolha
Na véspera do segundo turno para governador de São Paulo, Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) estão tecnicamente empatados, com o socialista numericamente à frente pela primeira vez, com 51% dos votos válidos, ante 49% do tucano.
Segundo a pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (27), é a primeira vez que há empate técnico entre os dois. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
Nessa situação, de acordo com o instituto, não é possível afirmar qual candidato será o vencedor neste domingo (28). Para a contabilidade dos votos válidos são excluídos os votos em branco ou nulos e os indecisos -é assim que a Justiça Eleitoral contabiliza e divulga o resultado oficial.
As entrevistas foram feitas nesta sexta-feira (26) e sábado (27). Foram ouvidas 5.093 pessoas em 73 municípios para a sondagem, registrada na Justiça Eleitoral com o código SP-03417/2018. Os contratantes da pesquisa foram a Folha de S. Paulo e a TV Globo.
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França, que tenta a reeleição, confirmou no levantamento a tendência de crescimento das últimas semanas. O atual governador tinha 48% dos votos válidos na pesquisa de quinta-feira (25), ante 52% de Doria. Na da semana anterior, o postulante do PSB acumulava 47%, enquanto o do PSDB somava 53%.
No levantamento deste sábado, a taxa de indecisos é de 7%, e o percentual de eleitores que pretendem votar em branco ou anular soma 9%. Essas duas faixas do eleitorado, na avaliação do instituto, contribuem para deixar o resultado final em aberto, já que parte dessas pessoas deve optar por um dos dois candidatos.
Na contabilidade do total de votos, também há empate técnico -o nome do PSB possui 43% e o do PSDB obtém 42%.
A associação com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) continuou surtindo efeito na campanha do tucano, que estimulou abertamente desde o dia do primeiro turno a dobradinha "BolsoDoria". Doria é o favorito entre os eleitores do capitão reformado no estado: 72% declararam voto no ex-prefeito, ante 28% que escolhem França.
O candidato do PSB também buscou uma aproximação, mais velada, com a candidatura de Bolsonaro. França obteve o apoio do senador eleito Major Olímpio (PSL-SP), coordenador da campanha do presidenciável no estado e um dos principais aliados dele.
França é o preferido entre os eleitores paulistas que votam em Fernando Haddad (PT). Dos que apoiam o petista na corrida ao Planalto, 86% escolhem o candidato do PSB para o Palácio dos Bandeirantes. Os outros 14% optam por Doria.
Acirrada desde o primeiro momento, a campanha em São Paulo no segundo turno teve uma subida de tom na reta final, com troca de acusações e bate-boca nos debates de televisão.
O ex-prefeito da capital usou inflamada retórica antipetista, buscando colar em França a pecha de aliado do PT, socialista e esquerdista. O atual governador, também seguindo a linha adotada no primeiro turno, se esforçou para qualificar o tucano como alguém que não honra sua palavra.
De acordo com a pesquisa, 38% dos eleitores assistiram ao debate da Globo, o último antes da votação, na noite de quinta-feira (25). No programa, os dois candidatos retomaram os ataques mútuos, depois de um encontro morno no evento promovido por Folha, UOL e SBT, na terça (23).
Quando questionados sobre qual candidato se saiu melhor no confronto da Globo, 44% dos entrevistados não souberam informar, 27% disseram que França foi o melhor, 23% responderam que foi Doria e 6% consideraram que houve empate.
Entre os que assistiram ao debate, 45% avaliaram que o político do PSB teve desempenho superior e 38% acharam que o melhor foi o postulante do PSDB.
Doria foi o candidato mais votado no primeiro turno, com 32% dos votos válidos, ante 22% de França, e durante quase toda a disputa do segundo turno liderou de forma isolada. Nos últimos dias, porém, a intenção de voto no tucano vem oscilando para baixo.
Em comparação com a pesquisa anterior, o ex-prefeito perdeu votos principalmente entre os mais jovens (queda de 47% para 41%), entre os menos instruídos (de 56% para 47%), entre os moradores da região metropolitana (de 55% para 46%) e entre os habitantes de cidades com até 50 mil habitantes (de 64% para 54%). Com informações da Folhapress.