Deputados presos lotearam postos do Detran em 20 cidades do RJ, diz MPF
Esquema começou em 2005 durante o governo de Rosinha Garotinho e se expandiu no governo de Sérgio Cabral
© Reprodução
Política Investigação
Investigadores da Lava Jato no Rio descobriram esquema envolvendo os dez deputados estaduais presos nessa quinta-feira (8) para loteamento de postos do Detran em 20 municípios do Estado, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal.
A investigação começou com a apreensão do notebook do deputado Edson Albertassi, então líder do MDB na Assembleia Legislativa do RJ e um dos supostos beneficiados no esquema. Os investigadores encontraram a divisão de controle dos postos em cada cidade.
A empresa Prol, vencedora dos contratos para fornecimento de mão-de-obra nos postos, disponibilizava cargos para indicação dos deputados.
A planilha mostra o número de cargos disponíveis para cada deputado. Como explica o 'G1', trata-se de indicações para chefes de unidades, responsáveis por vistorias e assistentes.
+ ‘Alerj se transformou numa propinolândia’, diz procurador
+ Preso, deputado diz que mantém candidatura à presidência da Alerj
A força-tarefa concluiu que o ex-presidente da Alerj, o deputado Jorge Picciani foi quem indicou pessoas para cargos em mais cidade. Ao todo, foram seis: Nova Iguaçu, Queimados, Belford Roxo, São João de Meriti, Teresópolis e Três Rios.
Segundo os investigadores, o Detran era manipulado para a realização de atividades de interesse de grupos corruptos. De acordo com a delegada da Polícia Federal, Xênia Soares, o deputado Paulo Melo era considerado o “dono” do Detran.
Após ganhar os contratos, a Prol pagava propina à quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral e disponibilizava cargos aos deputados estaduais, para que eles votassem projetos de interesse da empresa de propriedade do empresário Arthur César Soares, o Rei Arthur. Além disso, os funcionários da terceirizada indicados pelos parlamentares atuavam em campanhas políticas, garantindo aos deputados votação expressiva nas regiões onde eles tem controle das unidades.
O esquema começou, 2005, durante o governo de Rosinha Garotinho e se expandiu no governo de Cabral. Até o momento, não foi aberta investigação contra a ex-governadora.