Bolsonaro critica jornal e diz que não há conflito religioso com esposa
Polêmica refere-se a objetos sacros existentes na residência oficial da Presidência da República
© Reuters / Ricardo Moraes
Política Polémica
Em pronunciamento nas redes sociais nesta terça-feira (18), o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) criticou a Folha de S.Paulo e voltou a negar que vá retirar imagens sacras do Palácio do Alvorada.
Reportagem publicada na segunda (17) mostrou que funcionários do Planalto afirmaram que a mudança ocorreria a pedido da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A transferência foi confirmada também pelo vice eleito, Hamilton Mourão (PRTB).
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"Sempre a Folha. Diz que a esposa de Jair Bolsonaro, Michelle, vai retirar imagens sacras do Alvorada. Mentira. E na matéria, inclusive, eles mostram lá um quadro que está no Palácio do Planalto, sequer está nem no Alvorada", disse Bolsonaro, no vídeo. Antes de falar do assunto, ele disse que iria desfazer mal-entendidos.
A legenda da foto publicada na edição desta terça explica que a obra mostrada fica no Palácio do Planalto.
"Na minha casa aqui tem uma imagem de Nossa Senhora Aparecida que eu ganhei quando estive em Aparecida, e a minha esposa não falou absolutamente nada. Eu sou católico, ela é evangélica e nós nos respeitamos. Assim que ter que ser. Entre nós não existe conflito religioso, somos cristãos. Temos o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos."
Ele afirmou também: "Lamentavelmente mais uma da Folha de S.Paulo. Queria avisar alguns órgãos que acabaram as eleições. O objetivo é desgastar? Tudo bem, mas esse jornalismo não é produtivo, não é bom para o Brasil."
No vídeo, Bolsonaro também falou sobre o caso da empresária que foi investigada na Justiça Eleitoral pela suposta contratação de influenciadores digitais pelo PT e que agora tem feito críticas ao partido. O eleito lembrou que foi atacado na campanha pelos rivais por se beneficiar de disparos por WhatsApp impulsionados por empresários contra o PT.
"Continua valendo aquela velha máxima da esquerda. Acuse do que você faz. Xingue-os do que você é. O PT me acusou daquilo que eles faziam."
TERRA INDÍGENA
No vídeo, Bolsonaro também voltou a falar em rever a terra indígena Raposa/Serra do Sol, demarcada de maneira contínua em Roraima com aval do Supremo Tribunal Federal em decisão de 2008.
Desta vez, disse que sabe da dificuldade de rever a homologação das terras indígenas. "Quem sabe um dia o Supremo acorde para isso e nos ajude aí a fazer com que essas reservas venham a ser exploradas com racionalidade."
"Por que no Brasil o índio tem que ficar recluso na sua terra como se fosse alguém da idade da pedra? Não pode continuar acontecendo."
Também no pronunciamento, Bolsonaro falou sobre o caso do terrorista Cesare Battisti, que está foragido desde a semana passada após decisão do presidente Michel Temer de extraditá-lo para a Itália. O eleito parabenizou Temer pela decisão e disse: "Está foragido. Onde está? Está com algum companheiro ou fora do Brasil."
POSSE
Bolsonaro também contou que vem recebendo muitos pedidos de convite para os eventos de sua posse, no dia 1º de janeiro, e falou na expectativa de 500 mil pessoas presentes na cerimônia.
"Joguei para as mãos da minha assessoria. Não tenho condições de pegar essa quantidade enorme de pessoas que pedem convite. Até porque, por exemplo, lá no palácio do governo eu vou ter direito a quantos convites? Uns 22? Vou ter direito a uns 30 convites, onde vou dar posse para os ministros. Todo mundo vai querer ir para lá. Eu vou ter direito a 30. Só de parentes meus eu tenho 60, que não sei como vai ser a divisão."
Com informações da Folhapress.