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‘Ninguém colocou uma faca no pescoço dele para prometer isso’

Bolsonaro perderá crédito com evangélicos se voltar atrás sobre embaixada de Israel, diz Malafaia

‘Ninguém colocou uma faca no pescoço dele para prometer isso’
Notícias ao Minuto Brasil

19:56 - 30/12/18 por Folhapress

Política Silas Malafaia

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, recebeu neste domingo (30) no Rio de Janeiro lideranças da comunidade cristã brasileira, que defenderam a proposta de transferência da embaixada brasileira naquele país para Israel, confirmada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ao premiê.

Um dos presentes, o pastor Silas Malafaia, disse que Bolsonaro perderá crédito entre seus apoiadores evangélicos se voltar atrás da decisão. "Ninguém colocou uma faca no pescoço dele para prometer isso", afirmou, frisando que a promessa ajudou a garantir apoio dos evangélicos à sua candidatura.

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Em conversa com lideranças judaicas no fim da manhã, Netanyahu disse ter ouvido de Bolsonaro que a transferência da embaixada é questão de tempo. Os dois se encontraram na última sexta (28).

O premiê citou a declaração do presidente eleito também no encontro com os cristãos, do qual participaram também o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), o prefeito da capital, Marcelo Crivella (PRB), e o cardeal arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta.

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"Israel e Jerusalém são um só", afirmou o premiê. "Vocês não precisam ser lembrados disso porque vocês conhecem a nossa história", completou em seu discurso para as lideranças cristãs, no qual afirmou que as culturas judaica e cristã são interligadas e que os cristãos são os "melhores amigos" dos judeus.

"Não temos palavras para expressar o que sentimos por Israel. Nós oramos por vocês todos os dias", disse Crivella, que é pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. "Eu sei que o senhor ama Israel, que é filho de Israel. Mas eu asseguro que o senhor não ama Israel mais do que nós", completou, dirigindo-se ao premiê.

Autoridades israelenses dizem que a transferência da embaixada não é uma condição para a negociação de parcerias comerciais com o Brasil. A aproximação, dizem, tem como objetivo principal abrir mercado para empresas israelenses.

Em conversa com jornalistas pela manhã, Netanyahu apresentou uma série de produtos e tecnologias que poderiam ser vendidas ao Brasil, uma das poucas grandes nações com as quais o país ainda não tem acordo comercial.

No cenário interno, porém, Bolsonaro tem a perder com um eventual recuo na decisão, frisou Malafaia. Na sua avaliação, o presidente eleito angariou votos ao anunciar a transferência, ainda no período eleitoral. "Ele vai perder crédito se não cumprir a promessa."

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