Depois da 'despetização', Onyx agora propõe 'revogaço'
Segundo ele, Bolsonaro pediu aos ministros que apresentem leis que precisam ser revistas
© Wilson Dias/Agência Brasil
Política Plano
Uma semana depois de anunciar que iria "despetizar" a Casa Civil, o ministro Onyx Lorenzoni afirmou que o governo deverá fazer um "revogaço".
Ao chegar para uma reunião com o ministro Paulo Guedes (Economia), ele afirmou que o presidente Jair Bolsonaro pediu aos 22 ministros que eles apresentem uma lista de leis que devem ser revistas.
"Ele cobrou de todos, e todos estão trabalhando, para os decretos que a gente chama de 'revogaço', que é a revogação da legislação que atrapalha a vida das pessoas", afirmou, sem dar detalhes a quais leis se referia.
Segundo Onyx, o tema foi tratado por Bolsonaro em reunião ministerial na manhã desta terça-feira (8) e deve ter início na próxima semana.
A Folha de S.Paulo mostrou que a decisão da Casa Civil de demitir 320 servidores de cargos comissionados trouxe problemas para o funcionamento da pasta, prejudicando análises técnicas e o funcionamento do Conselho de Ética da Presidência.
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No segundo dia de trabalho, o ministro anunciou as exonerações dizendo que pretendia retirar do quadro de servidores os indicados pelos ex-presidentes do PT, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Outro tema abordado na reunião ministerial, segundo Onyx, foi a formação de uma equipe interministerial para tratar de temas ligados à região Nordeste.
Sem especificar de que se trata, o chefe da Casa Civil disse que de 6 a 8 pastas devem estar envolvidas no grupo e uma primeira reunião é prevista para sexta-feira (11).
O ministro chegou por volta das 17h ao Ministério da Economia para tratar com Paulo Guedes e seus auxiliares sobre a reforma da Previdência.
Depois de um desentendimento entre eles na semana passada, ele chegou para o encontro levando uma caixa de bombons para o chefe da equipe econômica.
"Estou aqui com conjunto de bombons para o ministro Paulo Guedes para adoçar a nossa vida", afirmou.
Onyx negou, contudo, que tenha havido qualquer briga entre eles.
No final da última semana, as equipes econômica e política bateram cabeça em torno de dois temas: o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que foi confirmando por Bolsonaro e depois desmentido, e a reforma da Previdência.
O chefe da Casa Civil evitou dar detalhes sobre quais medidas o governo discute para alterar as regras da aposentadoria. Ele disse apenas que o objetivo é fechar uma proposta antes da viagem do presidente a Davos, em 22 de janeiro, quando ele vai à Suíça para participar do Fórum Econômico Mundial.
"Sempre uma fala do presidente tem muita força. É uma pessoa que tem uma capacidade muito grande de sinalizar caminhos e quando ele falou [sobre a idade mínima], a gente comentou isso na ultima sexta-feira, ele queria mostrar o que a gente vem dizendo para ele: conquistar uma proposta humana, respeitando direito das pessoas, dando a condição de o brasil buscar o equilíbrio fiscal e isso é algo que o professor Paulo Guedes vem falando há muito tempo", disse.
Em entrevista ao SBT, Bolsonaro defendeu uma idade mínima de aposentadoria de 57 anos para mulheres e de 62 anos para homens, de forma gradativa. A medida é ainda mais branda do que a apresentada pelo ex-presidente Michel Temer, que estabelece 65 anos para os homens e 62 para as mulheres.
A declaração do presidente pegou de surpresa a equipe de Guedes que vem discutindo modificações mais consistentes para o sistema previdenciário.
"É claro que a definição do presidente tem muita força, mas os técnicos estão trabalhando e vamos ver o que eles vão nos apresentar", disse Onyx ao entrar para a reunião.
Segundo ele, as propostas devem ser levadas a Bolsonaro no início da próxima semana. Com informações da Folhapress.