Mourão diz que caso Coaf é preocupação de pai para filho
Segundo ele, o tema não é um assunto do governo
© Romério Cunha/VPR
Política Opinião
O presidente em exercício, general Hamilton Mourão, afirmou que as investigações que envolvem o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) não afetam o governo e podem ser preocupação apenas de "pai para filho".
Segundo Mourão, que assumiu o Palácio do Planalto com a viagem de Jair Bolsonaro a Davos, na Suíça, o tema não é um assunto do governo.
"[O caso] Pode preocupar o presidente como pai em relação ao filho. Todos nós nos preocupamos com os nossos filhos. Acho que talvez isso aí, apesar de ele não ter me dito nada a respeito", afirmou.
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As investigações contra Flávio ganharam um novo capítulo na última semana, quando o senador eleito conseguiu uma liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) para paralisar as investigações que corriam na Justiça do Rio.
Embora inicialmente ele dissesse que não era alvo da apuração, o pedido expôs seu envolvimento.
O caso veio a público a partir de relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que apontam movimentações consideradas suspeitas pelo órgão nas contas do senador eleito e de um ex-assessor seu, o motorista Fabrício Queiroz.
Em dezembro, o documento do Coaf mostrou que Queiroz tinha movimentações de R$ 1,2 milhão em sua conta, consideradas atípicas pelo órgão.
Um novo relatório, divulgado na sexta (18) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, apontou movimentações consideradas suspeitas também na conta de Flávio. Ele recebeu em sua conta bancária 48 depósitos em dinheiro no valor total de R$ 96 mil, depositados apenas em cinco dias.
Eles foram feitos no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) sempre no valor de R$ 2.000.
O Ministério Público do Rio de Janeiro apura casos de outros parlamentares da Alerj, onde Flavio trabalhava como deputado estadual, cujo mandato expira em fevereiro.
A suspeita dos investigadores é de que os depósitos possam ser devoluções de parte dos salários de funcionários. Prática ilegal e conhecida pelo termo de "rachadinha".
O senador eleito nega as acusações e diz que os depósitos são referentes ao pagamento pela venda de um imóvel na zona sul do Rio de Janeiro. Com informações da Folhapress.