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Não existe nenhuma licença para matar, diz Moro sobre nova proposta

Se a proposta do governo for aprovada no Congresso da forma como está feita no momento, a legislação passará a considerar legítima defesa a ação de matar para prevenir agressão quando em risco ou conflito armado ou quando há refém

Não existe nenhuma licença para matar, diz Moro sobre nova proposta
Notícias ao Minuto Brasil

19:33 - 04/02/19 por Folhapress

Política Ministro

O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que o projeto de lei apresentado nesta segunda-feira não dá "nenhuma licença para matar".

Se a proposta do governo for aprovada no Congresso da forma como está feita no momento, a legislação passará a considerar legítima defesa a ação de matar para prevenir agressão quando em risco ou conflito armado ou quando há refém.

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O projeto ainda prevê redução de pena até a metade ou a não condenação se o ato que configura legítima defesa "decorrer de escusável medo, surpresa ou violenta emoção".

Segundo especialistas, a Justiça já tem entendido dessa forma a questão de legítima defesa, mas a explicitação disso em lei reforça a compreensão do governo sobre o tema.

O ministro negou que a proposta seja uma autorização ao "abate".

"Não existe nenhuma licença para matar. Quem afirma isso está equivocado, não leu o projeto", afirmou.

"Na verdade, estabelece uma situação de conflito armado ou um risco iminente. Então acho que o policial não precisa esperar levar um tiro para ele poder tomar alguma espécie de reação, o que não significa que se está autorizando que se cometa homicídios indiscriminadamente."

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Moro deu como exemplo o caso envolvendo a apresentadora de televisão Ana Hickmann, que foi defendida por seu cunhado em uma tentativa de assassinato em 2016. O familiar da vítima foi absolvido.

Na ocasião, com um revólver calibre 38, um homem rendeu o cunhado de Hickmann em hotel em Belo Horizonte para forçá-lo a entrar no quarto onde ela e sua concunhada estavam. Muito agitado e falando frases desconexas, ele obrigou os três a se virarem de costas para uma parede, com as mãos na cabeça.

Segundo a PM, o cunhado se recusou a cumprir a ordem, reagiu e entrou em luta com o atirador. Ana e concunhada saíram correndo do quarto. O cunhado afirmou à polícia que, durante a briga, a arma do atirador disparou. O atirador morreu no local.

Moro afirmou ainda que o governo não busca o conflito armado como estratégia de segurança pública. "Ele pode acontecer em determinadas situações, e as situações que ocorrerem precisam ter uma previsão legal", comentou.

O ministro foi também questionado sobre o que se entende por "escusável medo, surpresa ou violenta emoção", justificativas que podem dar, segundo o novo texto, redução de pena a casos de legítima defesa, mas ele não deu exemplos concretos. Com informações da Folhapress.

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