Promotor do caso Queiroz relativiza depósitos e curte família Bolsonaro
Cláudio Calo, do MP do Rio, foi designado para cuidar das suspeitas envolvendo movimentações financeiras atípicas de Flávio Bolsonaro
© Ricardo Moraes/Reuters
Política Coaf
Cláudio Calo, da promotoria de investigação penal do Ministério Público do Rio de Janeiro, foi designado para cuidar das suspeitas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) contra o então deputado estadual Flávio Bolsonaro, hoje senador da República, envolvendo movimentações financeiras atípicas.
Segundo o órgão administrativo - que tem como missão promover a proteção dos setores econômicos contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo - foram feitos 48 depósitos em dinheiro vivo, de 2.000 reais cada, na conta bancária de Flávio, pelo seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Agora, caberá a Cláudio Calo prosseguir com as investigações. Ele, no entanto, é um seguidor ativo da família Bolsonaro nas redes sociais. Conforme lembra a revista Época, o promotor chegou a compartilhar uma publicação do próprio Flávio Bolsonaro, em que anunciava que daria uma entrevista para explicar as acusações.
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Mais recentemente, há cerca de uma semana, o colunista Guilherme Amado lembra que foi a vez de Calo compartilhar um tuíte de Carlos Bolsonaro exaltando a economia do governo Bolsonaro com hospedagem em Davos, e comparando os gastos à viagem da ex-presidente Dilma Rousseff.
Além disso, em uma de suas publicações no Twitter, minimizou os alertas feitos pelo Coaf. "Relatório do Coaf demonstra movimentações financeiras não necessariamente criminosas, mas anômalas, que podem configurar crime ou não", publicou Calo, na rede social, em dezembro.
Um mês depois, em meados de janeiro, respondendo a uma publicação do jornalista Reinaldo Azevedo, Calo escreveu, também na rede social, que “tecnicamente, o crime de lavagem de capitais é um crime parasitário, acessório, pressupõe uma infração penal antecedente. O fato de haver fracionamento de depósitos bancários e em dh (dinheiro) gera suspeitas, mas, por si, não é crime de lavagem, pois pode a origem do dh (dinheiro) ser lícita”.