Campanha de Dilma recebeu propina em conta de Joesley, diz Palocci
O ex-ministro disse em depoimento que o empresário abriu uma conta na Suíça para depositar propina ao PT
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Política Delação
Antonio Palocci disse que a vitoriosa campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República recebeu propina em uma conta na Suíça aberta pelo empresário Joesley Batista, da J&F. A afirmação consta em um depoimento inédito do ex-ministro à Polícia Federal, no âmbito de delação premiada, obtido pelo jornal “O Globo”.
De acordo com o documento, o valor teria sido ajustado com o também ex-ministro Guido Mantega e, segundo disse o próprio Joesley, também em delação, o montante teria chegado a casa dos US$ 150 milhões.
“Joesley referiu que emprestava a conta para Guido e Vaccari para que recebessem valores envolvendo acordos ilícitos do PT”, relatou Palocci.
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Palocci está preso desde setembro de 2016, mas foi transferido para regime domiciliar em novembro do ano passado, quando fechou com a Polícia Federal em Curitiba um acordo de delação. Ele foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão pelo então juiz Sergio Moro pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A defesa de Guido Mantega negou as declarações de Palocci.
“Palocci, sob pena até de responder por crime de calúnia, precisa indicar que conta é essa e que essa conta pertence ao Guido, porque se não isso configura um dos crimes da lei 12.850/2013, que é a pretexto de colaborar com a Justiça, acaba caluniando outras pessoas com objetivo só de conseguir benefícios penais”, afirmou o advogado Fábio Tofic, segundo o jornal “O Globo”.