Ministro: 'Fui infeliz' ao dizer que brasileiro no exterior é 'canibal'
Ricardo Vélez Rodríguez se defendeu, dizendo que declaração 'não pode ser lida como a prática dos crimes de calúnia, difamação e injúria'
© Marcos Corrêa/PR
Política STF
Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse que foi "infeliz" ao afirmar que brasileiro age como "canibal" em viagens ao exterior.
Em entrevista à "Veja", o ministro disse anteriormente que brasileiro "rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião, ele acha que sai de casa e pode carregar tudo" quando viaja para fora do país. Segundo Vélez Rodríguez, "esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola".
Incomodado com a declaração, um advogado entrou com uma interpelação judicial no STF para que o ministro esclarecesse a fala. A relatora do caso, a ministra Rosa Weber, notificou Vélez Rodríguez.
"Fui infeliz na declaração aberta, genérica, mas tal não pode ser lida como a prática dos crimes de calúnia, difamação e injúria, na medida em que, repita-se, não teve o propósito de ofender as honras objetiva e subjetiva de brasileiros determinados. Utilizei-me de uma figura de linguagem hiperbólica, nada mais do que isso, para potencializar a mensagem", escreveu Vélez Rodríguez, segundo publicado pelo "G1".
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Ele ainda lembrou que já se desculpou publicamente. "Pelas redes sociais, já lancei, inclusive, meu pedido de desculpas a quem se sentiu ofendido, o que, de forma alguma, implica o reconhecimento da prática de um crime contra a honra", disse.
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo que o caso fosse arquivado, pois entendeu que as declarações tiveram "caráter genérico".