Após prisão, senadores querem votar projetos contra abuso de autoridade
'Vejo com muita preocupação [a prisão de Temer]. Não vejo nenhuma razão objetiva', diz o ex-senador Tasso Jereissati, afirmando que sempre foi oposição
© Marcos Oliveira/Agência Senado/Arquivo
Política estacionado
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A prisão do ex-presidente Michel Temer reacendeu entre senadores a intenção de votar os projetos que tratam de abuso de autoridade e estão parados tanto na Câmara como no Senado.
"Vejo com muita preocupação [a prisão de Temer]. Não vejo nenhuma razão objetiva para a prisão do[ex-]presidente Temer. Posso falar isso porque sempre fui oposição a ele. Mas ele não está fugindo, que eu saiba, tem endereço conhecido. Acho que isso é um processo de abuso de autoridade que está acontecendo com alguma frequência", disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Ele disse que "está na hora" de se votar uma proposta que puna o abuso de autoridade que, segundo ele, "está passando de todos os limites" e traz reflexos.
"O reflexo é esta desmoralização da politica cada vez maior e de uma classe que é fundamental para a democracia", afirmou.
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O senador pelo MDB Marcio Bittar (AC) disse não ver abuso autoridade na prisão de Temer e de alguns de seus ministros, mas defendeu a votação do projeto.
"Tem abuso no Judiciário? Tem abuso no Ministério Público? Se você tiver uma visão cristã, vai dizer que sim, são feitos por homens e mulheres. Então, cabe a aprovação da lei que coíbe abuso de autoridade", afirmou.
Para o líder da Minoria, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), não houve abuso e a prisão de Temer se justifica.
"É um dia histórico no combate à corrupção no Brasil. É uma demonstração de que ninguém está acima da lei. Os elementos para a prisão do senhor Michel Temer e do senhor Moreira Franco estão colocados há muito tempo", afirmou.