Sonda Cassini fará último voo espacial nesta sexta
Trata-se de um dos projetos mais caros, duradouros e bem-sucedidos da Agência Espacial Norte-Americana
© Nasa/Reuters
Tech Espaço
A sonda espacial Cassini, que trabalhou em Saturno por mais de 12 anos, terminará sua longa vida na próxima sexta-feira (15) ardendo nas camadas altas do "senhor dos anéis" espacial e transmitindo as últimas fotos do lugar de sua morte. A Cassini é um dos projetos mais caros, duradouros e bem-sucedidos da Nasa, do qual participaram não apenas os Estados Unidos, mas também a Agência Espacial Europeia e a Agencia Espacial Italiana (ASI).
Em breve, a vida da Cassini irá terminar — nesta semana ela começou seu 22º e último voo ao redor de Saturno no âmbito da última fase de sua missão chamada de Grande Final (Grand Finale). Em 15 de setembro, a Cassini entrará nas camadas densas de Saturno e se queimará, transmitindo as últimas informações para a Terra.
Três dias antes de sua morte, o equipamento da Cassini começará funcionando de modo que toda a informação recolhida seja transmitida on-line para a Terra.
O planetólogo e colaborador do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou, Aleksandr Rodin, contou para a Sputnik por que razão a NASA decidiu terminar a missão da sonda, que poderia continuar trabalhando em Saturno caso alguns de seus instrumentos fossem desativados.
Na opinião do especialista, a razão principal em que se baseou a NASA foi publicidade. "Claro que a morte heroica da Cassini nas profundezas desconhecidas da atmosfera de Saturno será uma história mais interessante e bela para o público do que uma morte gradual, um fim de funcionamento passo a passo, que não atrairia nenhuma atenção", acredita ele.
Por isso, considera o planetólogo, a agência espacial tomos essa decisão levando em consideração o efeito sobre o público e não a viabilidade científica da missão.
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Falando das descobertas mais importantes feitas pela sonda, Aleksandr Rodin destacou a aterrissagem da sonda Huygens, que faz parte da missão Cassini-Huygens, na superfície de Titã, o maior satélite do planeta. Todos os conhecimentos sobre o clima, relevo e superfície de Titã foram recebidos graças a esta missão.
O segundo mérito da Cassini, segundo o cientista, são os dados obtidos sobre a composição e a origem dos anéis de Saturno, pois agora se sabe que são restos de satélites pequenos destruídos antes. Respondendo à pergunta sobre novos projetos da mesma escala, Aleksandr Rodin expressou a opinião que os cientistas continuarão estudando Saturno enviando novas missões, mas que estas serão, a seu ver, mais baratas e mais especializadas do que a da Cassini.
Nos anos 80, no projeto da Cassini foram gastos cerca de 2,5 bilhões de dólares. Hoje em dia, afirma o especialista, a NASA não pode gastar o mesmo montante com missões apenas científicas. Por isso, ressalta, quem pode agora criar um projeto com uma escala igual é a China, pois ela tem, em primeiro lugar, recursos financeiros suficientes, além de outros fatores. Com informações da Sputnik News Brasil.