Raios cósmicos que 'bombardeiam' a Terra vêm de fora da Via Láctea
A descoberta foi feita por pesquisadores do Pierre Auger, localizado na província de Mendoza, na Argentina
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Pesquisadores participantes do maior observatório do mundo dedicado ao estudo e à detecção de raios cósmicos, o Pierre Auger, localizado na província de Mendoza, na Argentina, descobriram que, acima de um determinado nível de energia, essas partículas, que são as mais energéticas da natureza e atingem constantemente a atmosfera terrestre, têm origem extragaláctica.
De acordo com a pesquisa publicada pela revista Exame, a descoberta foi descrita em um artigo publicado nesta sexta-feira (22) na revista Science pela colaboração, que conta com a participação de cerca de 500 cientistas, provenientes dos 17 países-membros, dentre eles 30 do Brasil.
“A chance de essa conclusão ser fruto do acaso é de dois em 10 milhões”, disse Carola Dobrigkeit Chinellato, professora do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas(IFGW- Unicamp) e presidente da comissão brasileira no Observatório Pierre Auger, a Victoria Flório em entrevista à revista Pesquisa FAPESP.
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A partir de dados registrados pelo Observatório entre janeiro de 2004 e agosto de 2016, os pesquisadores observaram que raios cósmicos ultraenergéticos – acima de 8 vezes 1018 elétrons-volts (eV) – chegam em maior número à Terra vindos de um lado do céu.
Essa região no céu de onde vêm mais raios cósmicos ultraenergéticos coincide com a localização de grande parte das galáxias vizinhas da Via Láctea, em um raio de até 700 mil anos-luz.
“Essa é uma forte evidência de que os raios cósmicos de altas energias vêm de fora da Via Láctea”, disse Chinellato.