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Entenda por que não se fala em colonizar Vênus ao invés de Marte

Marte se encontra mais de 14 milhões de quilômetros mais distante de nós do que Vênus, o que significa uma viagem de ida e volta entre 30 e 50% mais curta

Entenda por que não se fala em colonizar Vênus ao invés de Marte
Notícias ao Minuto Brasil

07:44 - 10/10/17 por Notícias Ao Minuto

Tech Explicação

O planeta Vênus muitas vezes é chamado de gêmeo da Terra, afinal, ele tem quase o mesmo diâmetro do nosso planeta, apresenta órbita superparecida com a nossa e tem uma composição química semelhante também.

Vênus ainda possui um núcleo metálico envolto por um manto de 3 mil quilômetros de rochas derretidas, coberto por uma crosta com espessura estimada entre 10 e 20 quilômetros, em média.

De acordo com o site Mega Curioso, além disso, as superfícies dos dois planetas são relativamente jovens, ambos contam com gravidade e têm espessas atmosferas compostas por nuvens.

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Marte, por outro lado, possui uma atmosfera muito menos densa — cerca de 100 vezes mais “fina” do que a da Terra —, apresenta a órbita mais alongada e oval entre os demais planetas, é desprovido de um campo magnético total e é palco das maiores tempestades de areia do Sistema Solar.

Vênus também se encontra muito mais próximo do Sol do que Marte e, portanto, apresenta um potencial para aproveitamento de energia solar quatro vezes mais alto do que o Planeta Vermelho. Sem falar que Marte se encontra mais de 14 milhões de quilômetros mais distante de nós do que Vênus, o que significa que uma viagem de ida e volta ao gêmeo terrestre seria entre 30 e 50% mais curta do que uma entre a Terra e o Planeta Vermelho.

No caso de missões tripuladas, essa proximidade se traduziria em uma gigantesca redução não só no tempo de deslocamento, mas também no investimento, já que seriam necessários muito menos alimentos, suprimentos e combustível — entre outras coisas — para enviar terráqueos a Vênus.

Porém, como se sabe, o ambiente venusiano não é o que podemos chamar de acolhedor.O problema com Vênus é que, apesar de todas as semelhanças físicas e químicas com a Terra, de sua maior proximidade em comparação com Marte e de todas as aparentes vantagens relacionadas com sua densa atmosfera, vale lembrar que 96,5% dela são compostos por dióxido de carbono — que evita que o calor escape da superfície, gerando um horrendo efeito estufa no planeta.

Isso faz de Vênus o mundo mais quente do Sistema Solar, com temperaturas rondando os 470 graus Célsius. Para você ter uma ideia, seria possível derreter chumbo na superfície venusiana.

Além disso, a pressão atmosférica por lá é mais de 90 vezes superior à da Terra — o que significa que a pressão sofrida por um terráqueo que decidisse dar um passeio por Vênus seria equivalente à percebida a 1 quilômetro de profundidade no oceano aqui no nosso planeta.

Mas, segundo o pessoal do PBS Space Time, existem formas de contornar essas dificuldades — e, ainda assim, pode ser que a colonização em Vênus seja viável. O canal propõe que, em vez de estabelecer colônias na superfície venusiana, os humanos deveriam criar habitats bem longe dela. Isso porque, a cerca de 50 quilômetros de altitude, a temperatura de Vênus é de aproximadamente 70 graus Celsius — o que é bem quente, mas muito mais manejável do que os 470° registrados no solo.

A pressão atmosférica venusiana também cai dramaticamente a 50 quilômetros de altitude, ficando praticamente idêntica à da Terra. Portanto, os humanos precisariam de vestimentas adequadas para sobreviver ao calor e máscaras de oxigênio — dispensando as desajeitadas e pesadas roupas espaciais.

Outro fator importante é que, a 50 quilômetros de altitude, a atmosfera venusiana continua sendo densa o suficiente para que balões cheios de hélio — e até de ar terrestre mesmo — possam flutuar. Some a isso tudo a gravidade de Vênus, e resulta que as camadas atmosféricas mais altas podem oferecer as condições mais próximas às terrestres no Sistema Solar.

Nesse caso, os humanos poderiam construir cidades nas nuvens de Vênus — e a NASA inclusive já criou um projeto conceitual chamado High Altitude Venus Operational (HAVOC) para o caso de que um dia a colonização do planeta se transforme em prioridade.

Além disso, quem sabe um dia os cientistas não descubram uma forma de remover o carbono da atmosfera venusiana e de dar um jeito de transformar o ambiente de lá em algo mais hospitaleiro.

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