Senadores criam perfil falso para provocar Facebook
"Precisamos de mais transparência na publicidade política online", dizia mensagem do perfil
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Tech Experiência
Em meio à discussão sobre a influência russa nas eleições americanas e os limites à publicidade política nas redes sociais, dois senadores democratas decidiram usar as armas do "inimigo". Eles criaram um perfil "fake" no Facebook de uma suposta organização política, "Americans for Disclosure Solutions", e pagaram para anunciá-la no feed dos usuários.
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Por US$ 20 (pouco mais de R$ 60), conseguiram fazer com que o anúncio fosse visto por 1.407 jornalistas em Washington, e outros 1.369 servidores da capital federal.
O perfil da página trazia apenas uma informação: "Essa é uma organização política fictícia feita para demonstrar um fato: nós precisamos de mais transparência na publicidade política online".
"Conclusão: foi muito fácil, e barato, alcançar milhares de pessoas", afirmou nesta quinta (2) o senador Mark Warner, um dos responsáveis pela página.
A ideia de Warner e de sua colega democrata Amy Klobuchar era demonstrar que as redes sociais fazem pouca ou nenhuma verificação sobre a real existência de seus anunciantes, bem como a facilidade de direcionar publicações para usuários específicos.
O alcance, porém, é relativo: não se sabe quantos desses usuários efetivamente clicaram ou reagiram ao anúncio. Até a tarde de ontem, apenas 30 pessoas haviam curtido a página.
Warner é autor de um projeto de lei que estabelece regras para dar transparência à publicidade política na internet, assim como já ocorre na televisão, rádio e veículos impressos. Conhecido como "Ato da Publicidade Honesta" (ou "Honest Ads Act"), o projeto ainda está em tramitação no Congresso.
A imposição de regras aos gigantes da internet foi um dos temas de audiências no Congresso nesta semana, em que executivos do Facebook, Twitter e Google se comprometeram a divulgar com mais clareza a seus usuários quem paga por anúncios nas redes sociais, principalmente durante as eleições. Com informações da Folhapress.