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Empresa analisa até 5 mil exames por dia com inteligência artificial

O economista Rafael Figueroa, 31, cofundador da empresa, diz que os médicos conseguem analisar até 100 exames por hora

Empresa analisa até 5 mil exames por dia com inteligência artificial
Notícias ao Minuto Brasil

13:02 - 30/12/17 por Folhapress

Tech Startup

A start-up Portal Telemedicina vem usando inteligência artificial para levar laudos de especialistas a regiões remotas com agilidade.

A empresa, que começou a funcionar em 2013, desenvolveu tecnologia que extrai informações de equipamentos médicos variados e as envia para outros aparelhos, como computadores, tablets e smartphones.

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Com isso, um enfermeiro ou clínico-geral pode realizar exames e enviá-los para médicos especialistas que dedicam parte de seu tempo a fazer laudos para a companhia.

O economista Rafael Figueroa, 31, cofundador da empresa, diz que os médicos conseguem analisar até 100 exames por hora.

Em dias de pico, a companhia analisa até 5.000 exames. A empresa conta com serviços regulares de 25 médicos, parte contratada e parte que realiza o trabalho de modo autônomo, em algumas horas por dia. Também pode chamar outros 100 em dias de demanda maior, diz.

"A média de tempo para um paciente receber um laudo no Brasil é de 60 dias. Devolvemos os nossos em minutos", afirma.

A análise à distância também permite que médicos de centros de referência, como Incor e Albert Einstein, em São Paulo, façam laudos exames de pacientes de cidades com menos acesso à saúde, segundo Figueroa.

O alto volume de análises é feito com apoio de inteligência artificial desenvolvida pela companhia, a partir de plataforma do Google chamada TensorFlow.

O sistema analisa um banco de dados com milhões de exames já diagnosticados e, percebendo semelhanças entre o que já foi analisado e os novos exames, aponta qual o provável diagnóstico.

Figueroa afirma que a inteligência permite a priorização dos casos mais urgentes. Assim que o sistema percebe algo que parece ser mais grave, sobe o exame na fila dos que serão avaliados por médicos, para que o paciente receba uma resposta logo.

Entre os exames que recebem laudos dos especialistas da companhia estão eletrocardiograma, eletroencefalograma, ressonância magnética, raio-x e mamografia. A tecnologia é usada por 200 clínicas em 100 cidades de 18 estados pelo Brasil.

PARCERIAS

Neste mês, Figueroa participou de viagem empresarial para a França promovida pelo programa Start Out Brasil, que tem entre seus parceiros o Ministério do Desenvolvimento e a Apex (agência ligada a pasta que promove a internacionalização de empresas brasileiras).

Figueroa afirma que a empresa busca oportunidades para estabelecer um centro de pesquisa no país, devido ao papel de destaque da França no campo da neurologia.

Ele conta já ter fechado acordo com o Hospital Saint Joseph Paris para que médicos de lá possam ser acionados em caso de dúvidas a respeito de um resultado de exame. Especialistas de lá também poderão ser chamados caso seja a preferência do cliente.

A start-up também deverá ter parcerias com o governo de São Paulo. Foi a vencedora do Pitch Gov.SP deste ano, programa que busca parceiros de tecnologia para o governo em áreas variadas.

No Estado, o foco do trabalho da start-up não será a telemedicina , ao menos neste momento. Figueroa explica que usará a experiência da empresa em convergência de sistemas (algo que foi importante para extrair informações de equipamentos médicos) para integrar sistemas variados usados na saúde pública paulista.

Um objetivo do empreendedor é criar um aplicativo para cidadãos em que será possível armazenar histórico médico e exames realizados, diz.

No início deste ano, a empresa foi para San Francisco (EUA) participar do programa de aceleração do Google para start-ups de países emergentes Launchpad Accelerator. Lá, teve acesso a apoio de executivos da empresa e de outras companhias de destaque no setor de tecnologia.

A empresa tem atualmente 30 funcionários. Figueroa conta ter 40 vagas em aberto. Foram investidos até agora R$ 6,5 milhões no projeto, incluindo recursos de órgãos como Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Com informações da Folhapress. 

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