Cientistas viajam ao centro da Terra com simulações virtuais
Estudo faz parte de um acordo de cooperação entre Brasil e China
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Embora viajar ao núcleo da Terra ainda seja um atividade restrista a filmes de ficção, a exploração já é feita por meio de simulações de computador. Pelo menos é assim que um grupo de cientistas na China e no Brasil conseguem desvendar parte dos mistérios do interior do planeta.
O estudo faz parte de um projeto de cooperação, entre os dois países, em nanotecnologia – uma iniciativa do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).
"Especificamente, nosso projeto tem como objetivo a combinação de metodologias computacionais em escalas múltiplas para abordar o problema de estabilidade de materiais avançados e nanoestruturas em condições severas – sejam eles a exploração do pré-sal ou a criação da nova geração de reatores nucleares", explica o pesquisador.
De acordo com a coluna 'Ciência', da 'Folha de S. Paulo', uma das aplicações do uso das simulações para a ciência está relacionado ao estudo de um mineral conhecido como coesita - uma forma de dióxido de silício produzida sobretudo em alta pressão. Para entender exatamente a dinâmica molecular, os pesquisadores recorreram ao projeto virtual, recriando as moléculas individuais e observando o que acontecia quando submetidas a graus e padrões variados de pressão.
"Na literatura, existia uma divergência sobre quais fases e quais os caminhos pelos quais a coesita iria se transformar, seja terminando em uma fase octoédrica da sílica, mais compacta, ou amorfizando [perdendo a forma cristalina]", explica Caetano Miranda, pesquisador do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
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