Sonda Cassini encontra elementos que indicam vida em lua de Saturno
Cientistas acreditam que o movimento da Lua somado ao calor e aos compostos orgânicos tenham condições de gerar moléculas muito complexas
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Tech Encélado
Com a observação de dados coletados pela sonda espacial Cassini, cientistas estudam a possibilidade de haver vida em uma das 62 luas de saturno. Chamado de Encélado, o corpo celeste é coberto de gelo e tem uma temperatura de aproximadamente 200ºC negativos na sua superfície. No entanto, foram encontrados também jatos de água quente que emergem da superfície e contém compostos orgânicos, dióxido de carbono e hidrogênio molecular, fundamentais para a existência de vida.
Como explica a revista Galileu, esse fenômeno acontece graças à gravidade de Saturno. A força que vem do centro do planeta impede que a água fique parada, indo de um lado para o outro conforme o movimento de Encélado. A água penetra no núcleo poroso da lua, aquece e sobe à superfície.
Os cientistas acreditam que o movimento somado ao calor e aos compostos orgânicos tenham condições de gerar moléculas muito complexas, até que haja vida.
Para provar esta teoria, os cientistas tentam criar as circunstâncias encontradas em Encélado no laboratório e verificar se é possível haver vida em condições tão extremas. Foi então que encontraram um microorganismo pertencente a um domínio biológico próprio, os Archea, que são capazes de sobreviver nessas circunstâncias.
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Estes microorganimos são morfologicamente semelhantes às bactérias, mas a bioquímica do corpo está mais próxima dos eucariontes. Das espécies conhecidas, o Methanothermococcus okinawensi é o que mais se aproxima de aguentar as condições extremas.
Contudo, a sonda identificou também a presença de formaldeído na lua de Saturno. A M. okinawensi conseguiu resistir à presença do composto químico em algumas concentrações, mas não resistiu quando testada na maior concentração presenciada pela sonda.