Papa Francisco alerta que internet é fonte de violência
Pontífice lançou nesta segunda-feira (9) a exortação apostólica
© Reuters / Stefano Rellandini
Tech Igreja
Em sua exortação apostólica lançada nesta segunda-feira (9), o papa Francisco disse que a internet, inclusive site católico, pode se tornar uma fonte de violência.
"Até mesmo os cristãos podem participar de redes de violência verbal através da internet e das diversas áreas ou espaços de intercâmbio digital. Mesmo nos meios de comunicação católicos os limites podem ser ultrapassados, se toleramos a difamação e a calúnia".
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O texto aborda a santidade no mundo contemporâneo e é o quarto grande documento do pontificado de Francisco, já excluindo a encíclica "Lumen Fidei" ("Luz da Fé"), lançada em 29 de junho de 2013 e escrita quase totalmente por Bento XVI.
Chamada de "Gaudete et Exsultate" (alegrem-se e exultem"), o documento tem 100 páginas e convida a todos os fieis a não terem "rostos tristes".
"As formas de comunicação rápida podem ser um fator de atordoamento", ressaltou o Pontífice, acrescentando que "o consumo de informação superficial nos afasta da carne sofrente dos irmãos".
"As constantes novidades dos recursos tecnológicos, o atrativo das viagens, as inumeráveis ofertas para o consumo, às vezes não deixam espaços vazios onde ressoe a voz de Deus", refletiu Francisco, que está preocupado com os jovens "expostos" na rede.
Além disso, Jorge Mario Bergoglio afirmou que os católicos não devem "relativizar" diferentes aspectos dos ensinamentos sociais da Igreja. Segundo ele, os fiéis dão prioridade ou atenção total a apenas uma questão ética ou moral, enquanto menosprezam problemas sociais".
"A defesa do inocente que não nasceu, por exemplo, deve ser clara, firme e passional, porque em risco está a dignidade de uma vida humana, que é sempre sagrada e exige amor para cada pessoa, independentemente de seu estágio de desenvolvimento", explicou.
O Papa ainda acrescentou que "igualmente sagrada, entretanto, são as vidas dos pobres, aqueles já nascidos, dos necessitados, dos abandonados e dos desfavorecidos, dos enfermos vulneráveis e dos idosos expostos à eutanásia encoberta, das vítimas de tráfico humano, de novas formas de escravidão e de qualquer forma de rejeição".
Na exortação apostólica, Francisco defendeu seu compromisso com os imigrantes, os pobres e todos os que sofrem no mundo. "É nocivo e ideológico o erro dos que vivem suspeitando do compromisso social dos demais, considerando-o algo superficial, mundano, secularista, imanentista, comunista, populista".
"Se escuta com frequência que, ante o relativismo e dos limites do mundo atual, a situação dos migrantes seria um assunto menor.
Alguns católicos afirmam que é um tema secundário ao lado dos temas 'sérios' da bioética", indagou.
"Que um político preocupado com seus êxitos diga algo assim é possível compreender; mas não um cristão, a quem só cabe a atitude de colocar-se no lugar deste irmão que arrisca sua vida para dar um futuro a seus filhos", explicou o pontífice depois de citar o Evangelho.
Em tom indignado, o líder da Igreja Católica também abordou os riscos, desafios e oportunidade da santidade. "Não podemos planejar um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam alegremente e reduzem sua vida às novidades de consumo, ao mesmo tempo que outros apenas observam de fora, enquanto sua vida passa e se acaba miseravelmente", destacou. A exortação apostólica é um documento dirigido a todas as instâncias da Igreja, diferentemente da encíclica, que é voltada a todas a humanidade. Com informações da Ansa.