Último artigo de Hawking tenta definir origem do Universo
Podem existir vários universos, mas estes não seriam assim tão diferentes
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A revista científica ‘The Journal of High-Energy Physics’ publicou no dia 1º de maio o último artigo da autoria de Stephen Hawking, enviado ao periódico dez dias antes da morte do cientista. O ensaio, chamado ‘Uma saída simples da inflação eterna’, debruça-se sobre o que aconteceu após o Big Bang.
Até o momento, a corrente teórica mais aceita é a de que o Universo foi criado com o Big Bang e se transformou naquilo que é hoje através de uma expansão rápida, conhecida como inflação. Essa inflação, entretanto, dentro dos limites do mensurável, teria cessado há muito tempo.
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No entanto, outras teorias dizem que ela nunca parou, continuando como uma onda e afetando outras regiões do cosmos. Esta teoria poderia implicar na existência de uma multiplicidade de universos.
Partindo desse princípio, tem-se as questões: quão diferentes são do nosso e o que é que isso significa para as leis da natureza, que são medidas apenas mediante aquilo que é possível observar? Para Hawking, porém, a inflação eterna não era credível, embora ele defendesse a existência de mais do que um universo.
Nesta nova explanação de hipóteses, que fez juntamente com o físico belga Thomas Hertog, Hawking propõe que o Big Bang poderia ter dado, sim, origem a uma multiplicidade de universos, mas que a variedade não é grande, porque todos eles partilham de regras físicas semelhantes ao planeta Terra.
“Presumimos que a saída da inflação eterna não produziu um multiverso infinito e fractal, mas finito e razoavelmente simples”, escreve ele.
David Kaiser, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, explicou a conclusão da teoria à revista TIME da seguinte forma: “O comportamento do nosso Universo, que é observável, poderia não ser uma raridade atípica, mas talvez relativamente comum. Naturalmente, isto é tudo bastante especulativo”.