Meteorologia

  • 22 DEZEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Grupos de família são principal meio de propagação de notícias falsas

No topo da lista de boatos mais disseminados pelo canal está um suposto caso da vereadora Marielle Franco com o traficante Marcinho VP

Grupos de família são principal meio de propagação de notícias falsas
Notícias ao Minuto Brasil

22:23 - 20/05/18 por Notícias Ao Minuto

Tech Pesquisa

Uma pesquisa realizada pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), revelou que os principais meios de propagação de notícias falsa pelo WhatsApp são os grupos de família. No topo da lista de boatos mais disseminados pelo canal está um suposto caso da vereadora Marielle Franco com o traficante Marcinho VP.

O grupo analisou as respostas de 2.520 pessoas a um questionário online. A metodologia é baseada em um estudo israelense para identificar a origem de boatos espalhados pelo mensageiro após o sequestro de três jovens israelenses na Cisjordânia em 2014.

O levantamento filtrou e analisou os boatos mais disseminados, sendo que o líder da lista, com 1.145 respostas, é conteúdos sobre a vereadora do PSOL Marielle Franco, brutalmente assassinada no Rio. As informações falsas referem-se a um suposto relacionamento dela com o traficante Marcinho VP, que a teria engravidado aos 16 anos, e até uma foto que seria da vereadora no colo do traficante (sendo que nenhum dos dois realmente aparece na imagem).

+ Nova versão do Android 'esconde' notificações e já dá o que falar

De acordo com a BBC Brasil, que teve acesso ao estudo, os boatos sobre Marielle começaram a ser espalhados pelo WhatsApp na noite em que ela foi morreu. Só depois, foram para o Twitter e Facebook. A pesquisa identificou padrões de distribuição, mas não aponta a origem do conteúdo falso.

Por se tratar de um app de mensagens privadas, fica mais difícil de rastrear os conteúdos falsos disseminados por este canal e avaliar o seu alcance, o que preocupa especialistas.

Consultado pelo site, Pablo Ortellado, professor de Gestão de Políticas Públicas da USP e autor do estudo ao lado do pesquisador Márcio Ribeiro, pontua que não se sabe a distribuição dos tipos de grupos no WhatsApp. "Pode ser apenas que existam mais grupos de família do que grupos de amigos ou de colegas de trabalho e os boatos tenham circulado igualmente em todos eles, mas, como há mais grupos de famílias, nosso estudo tenha apenas captado essa distribuição dos grupos", explica.Agora, caso, de fato, os boatos tenham circulado mais nos grupos de família do que nos outros grupos, temos um dado interessante. Pode ser que grupos de família sejam ambientes mais 'íntimos' que permitam compartilhar seguramente conteúdos mais especulativos sem que quem compartilhe seja alvo de julgamento."

Na pesquisa, o grupo questionou qual boato foi recebido, dia e horário exatos, onde o conteúdo foi recebido e dados do usuário, como gênero, idade, cidade e nível de estudo.

Campo obrigatório