Empresas conseguem ler suas mensagens do Gmail
Segundo o Wall Street Journal, o Google não tem movido esforços para impedir que empresas leiam mensagens recebidas pelos usuários do seu provedor de e-mail
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Tech Google
Depois dos escândalos relacionados à privacidades dos usuários do Facebook, agora é a vez das políticas do Google serem questionadas. Conforme apurado pelo Wall Street Journal, a empresa não tem movido esforços para impedir que empresas leiam mensagens recebidas pelos usuários do Gmail.
O Google anunciou no ano passado que não analisaria mais os conteúdos dos e-mails para direcionar anúncios, mas empresas ainda conseguem ler as conversas dos usuários. Algumas delas relataram que possuem funcionários especialmente dedicados à função.
O Google costuma justificar que a análise é feita por máquina, de modo que olhos humanos não tenham acesso. No entanto, relatos de empresas ao jornal norte-americano afirmam que pessoas estão lendo mensagens do modo tradicional, sem pedir autorização explicitamente.
O escaneamento das informações ocorre por meio da utilização de aplicativos que se conectam ao Gmail, assim como aconteceu com os dados de usuários do Facebook explorados pela Cambridge Analytica.
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Ainda de acordo com a publicação, as informações podem ser coletadas de várias formas:
- Informações do destinatário: nomes e endereços de e-mail são trocados por códigos numéricos e ligados a informações demográficas como idade e localização;
- Informações do remetente: os remetentes recebem pontuações de reputação com base na probabilidade de que seus e-mails sejam abertos;
- Assunto: vários assuntos de e-mail são testados para analisar quais recebem mais cliques;
- Tempo: analisar quando os e-mails são abertos ajudam a descobrir qual é a melhor hora de disparar um e-mail;
- Texto: softwares analisam sentenças do e-mail para compreensão de conteúdo;
- Assinaturas: informações de contato como número telefônico e endereço podem ser usados para criar um banco de dados;
- Recibos: informações de recibos enviados por e-mail podem ser usadas para descobrir tendências de preços para um determinado produto e o que está vendendo mais.
O Google optou por não se manifestar sobre o caso.