EUA tentam despontar na corrida do 5G contra a China
Premissa foi a tônica da abertura do Mobile World Congress America
© Reuters / Yves Herman
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Os Estados Unidos querem vencer a corrida pelo 5G com a China, mas reclamam da carga pesada que precisam carregar para correr bem. Essa foi a tônica da abertura do Mobile World Congress America, feira do setor de telecom que reúne o setor em Los Angeles nesta semana.
Na conferência de abertura, em tom de lobby, Marcelo Claure, executivo da operadora Sprint, atrelou o desenvolvimento do 5G no país à fusão da Sprint com a T-Mobile, um negócio de mais de US$ 26 bilhões, em análise pelas autoridades anti-truste do país.
Ele usou o exemplo da China, que estuda fundir suas duas maiores operadoras de telefonia móvel, a Unicom e a China Telecom -o que criaria uma empresa com valor de mercado de cerca de US$ 70 bilhões, segundo a Bloomberg- para acelerar a implementação do 5G.
"Para investir os US$ 40 bilhões que planejamos para os próximos anos e levar 5G para toda a América, precisamos que autorizem a nossa fusão", disse.
Meredith Baker, presidente-executiva do CTIA, associação do setor de comunicações sem fio nos EUA, tocou em um problema comum ao Brasil: entraves legislatórios. Segundo ela, a nova tecnologia demandará cinco vezes mais estrutura do que a atual e prevê a instalação de 150 mil novas antenas para a consolidação do 5G no país.
"Nós estamos prontos. As operadoras conseguem instalar uma antena em questão de horas, mas a aprovação para que isso aconteça pode demorar semanas. O governo precisa agir na mesma velocidade que a da indústria".
O presidente do conselho da GSMA, Sunil Bharti Mittal, fez coro às críticas à morosidade e regulamentação do mercado. Ele diz que os governo precisam ter mais simpatia ao desenvolvimento do 5G, tendo em vista os benefícios que ela traria no setor de serviços. "Somos uma das indústrias mais taxadas do mundo. Do jeito como está, não temos um modelo de negócio sustentável", comentou Bharti, que pediu mais flexibilidade e menos taxação sobre investimentos para tornar "o sonho do 5G em realidade". Com informações da Folhapress.