Aplicativo permite compartilhar peças de moda e variar no look
O aplicativo já conta com 20 mil downloads, para Android e iOS
© Rodion Kutsaev / Unsplash
Tech Consumo
"Compre menos, escolha bem, faça durar", são lemas que a estilista britânica Vivienne Westwood tem usado na sua militância em prol do meio ambiente e da economia verde. Uma das mais importantes forças criativas do movimento punk, Westwood retomou o discurso no video recém-lançado de sua coleção Verão 2019, onde aparece usando uma camiseta que pede "Buy Less" (compre menos).
Mas como comprar pouco e seguir na moda, que por natureza se renova com muita rapidez? Foi para responder a essa demanda que foi planejado o aplicativo LOC, de aluguel de roupas, que nasceu em Salvador no começo do ano, chegou a São Paulo em julho e até o último dia 10 de setembro já havia realizado 1.980 operações e conseguido mais de 20 mil downloads, para Android e iOS.
Numa ponta, as pessoas que querem se manter atualizadas, mas não gastar dinheiro com tendências passageiras, na outra, aquelas que querem ganhar um extra colocando as peças para circular.
No LOC, com R$ 50,00 dá para alugar uma roupa. O preço médio das peças à disposição é R$ 400, e a recomendação dos criadores do aplicativo é que as locações sejam em torno de 10% do valor da peça, mas são os donos que decidem os preços finais.
As peças são cadastradas pelos usuários. Funciona por geolocalização e conecta pessoas e roupas que estão a até 50 km. Depois do aluguel, locador e locatário estabelecem a forma de entrega, que pode ser por um serviço de entrega oferecido pelo aplicativo. Os pagamentos são por cartão de crédito.
Cecília Barretto, uma das fundadoras, considera que os consumidores brasileiros começam a tomar consciência dos impactos ambientais de comprar desenfreadamente.
"As mulheres têm, em média, mais de 100 peças de roupa no armário e, pelo menos uma vez por semana, dizem não ter o que vestir. A velocidade da comunicação e das redes sociais fez com que a gente sentisse que é impossível acompanhar as tendências". Por isso, conta, surgiu a ideia de possibilitar um intercâmbio de peças de moda.
"As grandes empresas que estão revolucionando a economia unem oferta e demanda: uma pessoa que tem algo e uma pessoa que precisa do acesso a algo. Essa revolução já aconteceu na mobilidade urbana, na hospedagem, mas ainda não tinha acontecido na moda, que é uma das indústrias mais poluentes do planeta", afirma.
"A moda sempre foi um tema do meu interesse", diz Cecilia, administradora que trabalhou na área de planejamento comercial da C&A. Ela se uniu à advogada Lara Tironi, que atuou no marketing da empresa Mondelez e a Igor Tironi, estudante de ciências da computação, para criar o aplicativo de moda compartilhada de aluguel pessoa a pessoa.
"Se você está morrendo de vontade de usar uma tendência específica mas não quer investir muito, pode alugar por uma semana e aproveitar", diz Cecilia. "O aplicativo serve para quem tem em excesso poder compartilhar e ganhar um dinheiro extra e contribui com a indústria da moda, já que a roupa mais sustentável é aquela que já existe", afirma.
Cecília acredita que as pessoas estão cada vez mais adeptas a alternativas de consumo. "Existem outros modelos de negócio que contribuem para a mesma solução, como empresas de aluguel de vestidos de festa e bibliotecas de roupas, o que fortalece esse movimento, mas nenhum deles é exatamente como o LOC", diz.
Entre os outros tipos de negócio com aluguel de roupas estão o Wardrobe e o My Open Closet, mais direcionados para roupas, sapatos e acessórios de luxo, e a Blimo, Biblioteca de Moda, e a Roupateca, que são espaços físicos, como lojas, dedicados ao compartilhamento de peças, com modelo de assinatura. Com informações da Folhapress.
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