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O parlamento britânico publicou documentos internos do Facebook obtidos através da empresa Six4Three, que está processando a rede social nos Estados Unidos. Os arquivos revelam mensagens entre o CEO Mark Zuckerberg e a sua equipe e mostram táticas impiedosas da rede social ao lidar com a concorrência.
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Como conta o 'Business Insider', o Facebook cortou o acesso do app de vídeo do Twitter, o Vine, aos dados dos usuários na rede social. Ao mesmo tempo, Zuckerberg decidiu dar acesso privilegiado a determinados parceiros, como o Airbnb ou a Netflix. Por fim, a Vine não vingou e acabou abrindo caminho para uma aposta do Facebook enquanto plataforma de vídeos.
Outros documentos revelam ainda que o Facebook tentou, em 2015, ter acesso a informação de SMS e chamadas dos usuários sem a sua permissão. O objetivo era alimentar funcionalidades da rede social, como a sugestão de amigos, uma iniciativa que teria ficado pelo caminho pelo receio de enfurecer a base de usuários.
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Os documentos ainda mostram que o Facebook considera como suas principais rivais os apps que não permitam compartilhar seu conteúdo na rede social. O chinês WeChat, por exemplo, tinha especial atenção de Zuckerberg, que queria impor à empresa as suas políticas com mais afinco.
A decisão de tornar os arquivos públicos partiu do responsável pelo Comitê para o Digital, Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido, Damian Collins. O político conservador explicou no Twitter o motivo da decisão:
"Há um interesse público considerável em compartilhar esses documentos. Eles levantam questões importantes sobre como o Facebook trata dados de usuários, as suas políticas para trabalhar com desenvolvedores de aplicativos e como exercem a sua posição dominante no mercado das redes sociais. Não sentimos que tivemos respostas diretas do Facebook sobre estes assuntos importantes, motivo pelo qual estamos a publicando os documentos", escreve Collins.
I believe there is considerable public interest in releasing these documents. They raise important questions about how Facebook treats users data, their policies for working with app developers, and how they exercise their dominant position in the social media market.
— Damian Collins (@DamianCollins) 5 de dezembro de 2018