Com obra atrasada, gestão Covas homologa concessão do Anhangabaú por R$ 6,5 mi
Desde 2019, o espaço está em obras, que estão atrasadas e passaram por adiamentos
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Brasil João Doria
A Prefeitura de São Paulo negou recurso interposto por um dos consórcios perdedores e homologou nesta quarta-feira, 2, a concessão do Vale do Anhangabaú, na região central, por 10 anos. Em despacho publicado no Diário Oficial, a gestão Bruno Covas (PSDB) também convoca os responsáveis pela proposta vencedora, que fez a oferta do pagamento de R$ 6,5 milhões, para a assinatura do contrato em até 30 dias.
Desde 2019, o espaço está em obras, que estão atrasadas e passaram por adiamentos. A mais recente estimativa de entrega é 29 de dezembro. O projeto de remodelação urbanística tem o custo de R$ 93,8 milhões, 17,4% a mais do que o previsto inicialmente.
O consórcio que assumirá o vale é formado pela empresa G2P Partners (antiga Von Glehn, Gobbo & Partner), especializada em Parcerias Público-Privadas (PPPs), e a Gmcom Eventos e Projetos Especiais (Grupo Maringá de Comunicação). Ele será responsável pela gestão, manutenção, preservação e "ativação" sociocultural, com a realização de apresentações musicais, workshops e oficinas.
Além da área aberta do Anhangabaú, a concessão inclui as Praças Ramos de Azevedo e do Patriarca, a escadaria da Rua Dr. Miguel Couto, o trecho da Avenida São João entre as Ruas Conselheiro Crispiniano e São Bento e as Galerias Formosa e Prestes Maia. O custo estimado do contrato por 10 anos é avaliado em R$ 49,2 milhões, o que inclui despesas, investimentos e outorgas.
O objetivo do Município é ampliar a presença da população no vale, inspirando-se no que ocorre aos domingos na Avenida Paulista. Segundo informação divulgada pela Prefeitura, a reabertura do vale deve ocorrer de "forma segura, gradual e organizada".
Nos últimos meses, a mudança no Anhangabaú sofreu críticas nas redes sociais e por parte da população, especialmente em relação à pavimentação de grande parte do espaço e aos custos.
Idealizado pelo escritório do arquiteto dinamarquês Jan Gehl, o projeto teve adaptações brasileiras (especialmente pelo escritório Biselli Katchborian) ainda quando Fernando Haddad (PT) era prefeito. Ele inclui a implantação de 852 jatos d'água, 852 pontos de iluminação cênica e 11 quiosques (de lojas, cafeterias e afins), além da realização de eventos diários.
Processo de concessão do Edifício Martinelli é novamente adiado
A abertura de envelopes com as propostas dos interessados na concessão dos quatro últimos pavimentos (incluindo o terraço e a cobertura) e uma loja do Edifício Martinelli foi adiada novamente. Prevista para ocorrer em 27 de novembro, ela foi transferida para 14 de dezembro.
A concessão abrange uma área de 2.570 metros quadrados e terá duração de 15 anos. Ela é aberta para empresas brasileiras e estrangeiras, com a oferta mínima do pagamento mensal de R$ 70 mil. O valor estimado do contrato é de R$ 45,8 milhões, entre despesas de intervenções obrigatórias e outorgas pagas à SPUrbanismo.
Segundo o edital, a concessão tem os objetivos de "retomar o protagonismo do Edifício Martinelli no cenário turístico e urbanístico da cidade de São Paulo", "proporcionar ao público uma experiência de visitação completa, composta por um programa de atividades estruturado em eixos de visitação pública, memória/urbanismo e gastronomia", "a melhoria, o desenvolvimento socioambiental e a reativação do Centro de São Paulo, em especial do triângulo histórico", dentre outros.
Outra obrigação da concessionária é a instalação de ao menos uma loja, um restaurante e um café ou lanchonete. O serviço de visitação ao terraço poderá ter cobrança de ingresso, com o valor máximo de R$ 30 e opções de acesso gratuito em um dia da semana. Os espaços também poderão receber eventos privados, assim como será permitida a venda de souvenir e outros produtos com o nome a imagem do edifício, dentre outras permissões.