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Com ocupação de 85% dos leitos, governo do RN limita horário de bar e restaurante

Segundo dados da plataforma da Secretaria de Estado da Saúde Pública, 12 das 20 unidades hospitalares com leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19 estavam com 100% de ocupação na manhã deste sábado, 20, enquanto outras três tinham ao menos 90% de ocupação

Com ocupação de 85% dos leitos, governo do RN limita horário de bar e restaurante
Notícias ao Minuto Brasil

17:30 - 20/02/21 por Estadao Conteudo

Brasil Rio Grande do Norte

A ocupação dos leitos para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus em estado grave voltou a subir no Rio Grande do Norte, chegando a 85,1%. Segundo dados da plataforma da Secretaria de Estado da Saúde Pública, 12 das 20 unidades hospitalares com leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19 estavam com 100% de ocupação na manhã deste sábado, 20, enquanto outras três tinham ao menos 90% de ocupação.

Esse cenário levou o Governo do Estado a publicar, neste sábado, um decreto que restringe atividades comerciais e prevê maior fiscalização ao cumprimento das medidas de isolamento social pelos próximos 14 dias.

A medida, assinada pela governadora Fátima Bezerra (PT), prevê as seguintes suspensões: atendimento de público em bares, restaurantes e similares após as 22 horas e funcionamento depois das 23 horas; realização de festas ou eventos promovidos ou patrocinados por entes públicos ou iniciativa privada; comercialização de bebidas alcoólicas e consumo em ambientes públicos após as 22 horas.

Além disso, o decreto recomenda o estabelecimento de barreiras sanitárias e a intensificação do monitoramento e rastreio da implementação das medidas sanitárias nos municípios turísticos. Para tanto, o Estado vai colocar as forças de segurança estaduais à disposição das prefeituras para coibir aglomerações, seja em espaços públicos ou privados, e garantir o cumprimento das medidas sanitárias de enfrentamento e prevenção ao novo coronavírus.

A decisão ocorreu após recomendação de um comitê científico, que analisou o crescimento de casos confirmados e do tempo de internação de pacientes no Estado. O cumprimento das normas pelos municípios é facultativa. As maiores cidades, Natal e Mossoró, não publicaram decretos vinculados à medida estadual até o início da tarde deste sábado.

"O Governo do Estado está de prontidão, de mãos dadas com as prefeituras, para que todas as ações necessárias sejam realizadas com vistas aquilo que é central para o povo do Rio Grande do Norte neste momento: evitar aglomerações. A máscara, mais do que nunca, é obrigatória", disse Fátima Bezerra.

Em números absolutos, dos 269 leitos críticos habilitados para o tratamento da covid-19 no Estado, 222 estão ocupados, 8 bloqueados (2,97%) e 39 disponíveis (14,50%). A situação é pior na Grande Natal, cuja ocupação se aproxima dos 90%. É nessa região que se encontra a maior parte da população residente no Estado.

Conforme documento publicado pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste, existe uma "necessidade urgente de conter o avanço da segunda onda da epidemia". "Caso não aconteça a vacinação, o interior do Estado ficará vulnerável em alguns municípios o que requer ações locais e eficientes para a atenuação da pandemia. O carnaval, apesar de proibido, pode ser um fator impulsionador de mais casos se não for fiscalizado. Os hospitais estão com carga elevada e qualquer variação brusca de contágios pode trazer uma situação difícil no cuidado primário", apontou ao analisar a situação do Rio Grande do Norte.

Fecomércio do Rio Grande do Norte critica decreto que restringe atividades

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio RN) emitiu uma nota oficial em que diz "lamentar e externar sua discordância" em relação ao decreto. No texto, alega que a medida poderá ser "fatal a centenas de empreendimentos e dezenas de milhares de trabalhadores e suas famílias".

"Nos causa perplexidade e grande preocupação o fato de que este segmento produtivo, responsável pela geração de mais de 25 mil empregos diretos e pelo pagamento de algo em torno de R$ 29 milhões por mês em salários, seja injustamente e severamente punido, tendo como justificativa a piora de um quadro biossanitário. Podemos garantir que a imensa maioria dos estabelecimentos desses setores cumpre rigorosamente as regras de biossegurança e de distanciamento social, ao tempo em que defendemos que, aqueles que não o façam, sejam punidos com todos os rigores da lei", argumenta a entidade.

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