OIM recebeu 107 pedidos de imigrantes para retorno a seus países
"Até a data registramos 107 pedidos, 90% correspondem a cidadãos brasileiros", afirmaram os representantes da organização
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Mundo Imigrantes
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) registrou, nos primeiros dois meses deste ano, 107 pedidos de retorno voluntário de imigrantes em Portugal, dos quais 90% são de cidadãos brasileiros.
"Até adata registramos107 pedidos, 90% correspondem a cidadãos brasileiros", afirmaram os representantes da organização.
Os números mostramuma diminuição em relação aos dois primeiros meses de 2020, quando a OIM registrou 128 novos pedidos (85 em janeiro e 43 em fevereiro). Em 2021, a organização recebeu63 pedidos de ajuda deretorno no mês de janeiro e 44 em fevereiro.
O desemprego, as dificuldades econômicas e o agravamento da situação de vulnerabilidade são os principais motivos pelos quais as pessoas pedem ajuda para voltaraos seus países, disseramos representantesda organizaçãoem Lisboa.
"Os motivos pelos quais as pessoas não querem continuar como imigrantes em Portugal estão relacionados com a situação de desemprego, ou acesso difícil ao mercado de trabalho, situação econômica e agravamento da situação de vulnerabilidade", afirmaram.
Porém, como o novo programa de apoio à voltavoluntáriade imigrantes começou a ser implementado quando já estavam suspensos os voos para o Brasil, país de origem de 90% dos imigrantes que pediram ajuda para regressar, ainda não houve retornos.
"Estamos acompanhandoa situação e verificandoque outras alternativas podem ser utilizadas para promover o retorno desses cidadãos ao Brasil".
Em 25 de fevereiro, a representação portuguesa da OIM anunciou que estava em execuçãoo novo programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração - ARVoRe VIII, com capacidade para apoiar até 600 pessoas no regresso aos seus países.
"O programa terá capacidade para apoiar até 600 pessoas com o retorno voluntário e poderá acompanhar 70 migrantes retornados no seu processo de reintegração, na chegada ao país de origem".
Segundo a OIM, a procura por esse tipo de assistência em Portugal "continua a ser significativa".
No âmbito do projeto anterior, ARVoRe VII, que terminou em dezembro de 2020, 1.482 pessoas fizeram inscrição no programa e 501 voltaramao país de origem, das quais 276 eram mulheres e 225 homens.
"Com base em mais de 20 anos de experiência nessa área, a OIM Portugal procura noprojeto [ARVoRe VIII] ampliaro apoio prestado durante o processo de retorno voluntário e reintegração, para queaconteça de forma digna e segura, com pleno respeito aos direitos humanos", explicou,em comunicado, Vasco Malta, chefe de missão da organizaçãoem Portugal.
Além de contar com a rede mundial de escritórios da OIM, o projeto ARVoRe VIII tem um conjunto de parcerias em Portugal e no Brasil.
"Em Portugal, a instituiçãoconta com a colaboração de um conjunto de atores distribuídos por todo o território, que permite alcançar maior número de migrantes, por meioda disseminação da informação e aconselhamento" acrescenta a nota.
Por outro lado, no Brasil, as parcerias com organizações não governamentais (ONGs) locais em nove estadospermitem acompanhamento mais próximo dos migrantes retornados.
Com ênfase na proteção de migrantes em situação de vulnerabilidade, o projeto prevê também a identificação de serviços de apoio a essas pessoas, assim como sessões de informação dedicadas à proteção e assistência de migrantes vulneráveis à violência, exploração e abuso.
O ARVoRe VIII continuará a "oferecer apoio psicossocial em Portugal e no Brasil para os migrantes que quiserem esse serviço.
*Com informações da RTP - Rádio e Televisão de Portugal