Pasta da Saúde estuda reduzir intervalo da vacina da Pfizer a partir de setembro
Em vez dos atuais três meses, o imunizante seria aplicado novamente no intervalo de 21 dias, para avançar no término do esquema vacinal
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Brasil Pfizer
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira, 18, que a pasta estuda alterar o intervalo da aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer contra a covid-19, a partir de setembro. Em vez dos atuais três meses, o imunizante seria aplicado novamente no intervalo de 21 dias, para avançar no término do esquema vacinal.
O intervalo entre a primeira e a segunda dose que hoje está em vigor foi definido por decisão do Ministério da Saúde, após discussão com a Pfizer, para ampliar a quantidade de pessoas vacinadas com a primeira dose. Queiroga disse, porém, que o atual contexto da doença no País, com diminuição no número de mortes, permite essa alteração. "Nós consideramos, agora em setembro, colocar o prazo de 21 dias para avançar na segunda dose", disse o ministro.
Queiroga declarou também que a Saúde encomendou um estudo para analisar a aplicação da terceira dose da vacina CoronaVac. Segundo ele, já há dados disponíveis sobre o reforço dos outros imunizantes.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou um ofício ao laboratório Pfizer pedindo informações sobre estudos de terceira dose de sua vacina. O órgão quer dados sobre a condução desses estudos e os resultados obtidos até agora.
O US Food and Drug Administration (FDA), principal órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos, alterou as autorizações de uso emergencial das vacinas Pfizer e Moderna para permitir a aplicação de uma terceira dose dos imunizantes.
Caso haja aplicação da terceira dose no Brasil, o reforço começará pelos grupos prioritários, segundo Queiroga. Ou seja, primeiramente os profissionais de saúde, depois os idosos.
O secretário executivo, Rodrigo Cruz, afirmou que o ministério está simulando um cenário de aplicação de terceira dose da vacina contra a covid-19 para analisar o impacto da imunização "no avanço da vacinação de todo resto da população adulta que ainda falta ser vacinada".
Vacinas para os Estados
O Ministério da Saúde tem sido criticado pela lentidão na entrega de vacinas contra a covid-19. O governador de São Paulo João Doria (PSDB) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) tem se destacado nas críticas ao governo federal pela demora na entrega dos imunizantes.
Sem se dirigir especificamente a um Estado ou município Queiroga disse que "é fundamental que se observe o espaço entre as doses" para que o ministério consiga entregar as vacinas "com a pontualidade desejada". "Se cada Estado, cada município resolver fazer a sua própria regra, o Ministério da Saúde não consegue entregar as vacinas com a tempestividade devida e isso atrasará a nossa campanha nacional de imunização", declarou.
A secretária de Enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo, afirmou que o Estado de São Paulo deve 301.955 doses da CoronaVac ao ministério. Queiroga declarou não haver má-fé no caso. "Eu descarto qualquer tipo de conduta de má-fé, não há de maneira nenhuma, é apenas uma questão de divergência de entendimento", afirmou.
"O que a gente está falando aqui são milhares de doses, quando na verdade, nós já distribuímos mais de 200 milhões de doses de vacina. Todo esse questionamento é por um motivo fútil, porque é um porcentual ínfimo em relação ao que o governo federal já distribuiu de doses de vacina", finalizou o ministro.