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Fachin suspende lei de RO que proíbe uso da linguagem neutra nas escolas

O processo contra a legislação foi movido pela Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino)

Fachin suspende lei de RO que proíbe uso da linguagem neutra nas escolas
Notícias ao Minuto Brasil

22:00 - 17/11/21 por Folhapress

Brasil STF

BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta quarta-feira (17) uma lei de Rondônia que proíbe o uso da linguagem neutra na rede de educação básica do estado. Em vigor desde o final de outubro, a legislação torna "expressamente proibida" a aplicação da linguagem na grade curricular e no material didático de instituições de ensino públicas ou privadas, assim como em editais de concursos públicos.

O processo contra a legislação foi movido pela Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), entidade que congrega sindicatos de professores e técnicos do ensino privado. Fachin determinou a suspensão da lei em caráter liminar, provisório, e pediu que o caso seja analisado pelo plenário do STF.

A Contee protocolou a ação no dia 4 deste mês. Nos autos, a entidade argumenta que a lei de Rondônia invadiu competência da União, que é o ente responsável por elaborar diretrizes e bases da educação nacional.

Alvo de incentivos e críticas de especialistas, a linguagem neutra prevê, entre outras adaptações, o uso de vogais alternativas, consoantes ou símbolos que não identifiquem o gênero masculino ou feminino nas palavras.

De autoria do deputado estadual Eyder Brasil (PSL-RO), o projeto de lei foi aprovado no dia 21 de setembro na Alero (Assembleia Legislativa de Rondônia) e passou a valer um mês depois, ao ser sancionado pelo governador do estado, Marcos Rocha (PSL).

Na justificativa para o projeto, o deputado chamou a linguagem neutra de "dialeto não-binário" e que o uso da inflexão masculina para palavras neutras é uma herança da adaptação do latim para o português. O político do PSL afirma no texto, ainda, que "não há qualquer machismo na nossa língua portuguesa".

Para a Contee, no entanto, a lei estadual afronta a Constituição "a pretexto de estabelecer escudos intransponíveis de defesa da Língua Portuguesa". Para a entidade, a legislação "traz a marca da intolerância, da discriminação, da negação da diversidade, da liberdade de aprender e ensinar e do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas".

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