Will Smith, que bateu em Chris Rock no Oscar, expôs infância violenta em livro
O livro, escrito em parceria com o autor de best-sellers de autoajuda Mark Manson –de "F*deu Geral"–, contou ainda com uma turnê de lançamento pelos Estados Unidos com convidados de honra e entrevistadores selecionados, como Queen Latifah e Oprah Winfrey.
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Cultura WILL-SMITH
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Quem viu Will Smith dando um tapa na cara do comediante Chris Rock na noite do último domingo (27) durante a cerimônia do Oscar ficou tão surpreso que não sabia se aquilo era encenado, parte da piada, ou real, como mostrou-se logo em seguida, quando a adrenalina baixou.
Minutos depois do fato, Smith levou a estatueta de melhor ator por sua atuação em "King Richard: Criando Campeãs" e, emocionado, pediu desculpas à Academia e demarcou em seu discurso que o amor leva a cometer loucuras –afinal, a agressão foi motivada por uma piada infeliz com a alopecia da mulher do ator, Jada Pinkett Smith, doença que provoca a queda de cabelo. Foi aplaudido de pé, mas não é a primeira vez que ele, suas fragilidades e problemas estiveram expostas a público.
Recentemente, aliás, lançou a autobiografia "Will" em 9 de novembro do ano passado, publicada no Brasil pela editora Best-Seller. Um dia antes, lançou a série, "Will Smith: The Best Shape of My Life", ou a melhor forma da minha vida, contando sobre sua jornada de perda de peso durante a reta final para a escrita da própria biografia.
Aqui, as raízes da fúria e a essência de Smith, hoje com 53 anos, parecem expostas, sobretudo, com a descrição que o ator faz de sua infância, uma criação difícil com um pai autoritário que agredia a mãe. "Quando eu tinha 9 anos de idade, eu vi meu pai dar um soco na cabeça da minha mãe tão forte que ela entrou em colapso. Eu a vi cuspir sangue. Aquele momento no quarto, provavelmente mais do que qualquer outro momento na minha vida, definiu quem eu sou", escreve ele.
Na ocasião, diz se arrepender por não ter reagido à época, já que se acostumara a obedecer às ordens e fazer o pai rir para se manter a salvo.
Além disso, o ator destrincha como sua aparência de boa praça, inteligente, carismático –muito por um dos seus papéis mais famosos, como estrela da série "Um Maluco no Pedaço", exibida entre 1990 e 1996– é uma construção, um disfarce no qual se apoiou para esconder suas fragilidades, covardia e medo. Conta ainda que teve vontade de cometer suicídio duas vezes.
A trajetória de sucesso do jovem do oeste da Filadélfia que foi um astro do rap de sua geração antes de ingressar em Hollywood, o livro também trouxe revelações, como a do casamento aberto com a atual mulher, mãe de dois de seus três filhos. O ator conta ter experimentado ayahuasca diversas vezes e que procurou uma especialista em sexo para tentar curar sua fantasia de ter um harém com mulheres como Halle Berry e a bailarina Misty Copeland.
O livro, escrito em parceria com o autor de best-sellers de autoajuda Mark Manson –de "F*deu Geral"–, contou ainda com uma turnê de lançamento pelos Estados Unidos com convidados de honra e entrevistadores selecionados, como Queen Latifah e Oprah Winfrey.
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WILL
Preço: R$ 59,90 (448 págs.); R$ 19,90 (ebook)
Autor: Will Smith e Mark Manson
Editora: Best Seller
Tradução: Jim Anotsu