Leitores que seguem TikTok e Instagram saltam a 28% em pesquisa na Bienal
Na Bienal realizada no Rio de Janeiro em 2019, 13% dos entrevistados afirmavam ter obtido a indicação para sua leitura mais recente em uma dessas redes sociais.
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(FOLHAPRESS) - Uma pesquisa realizada pelo Ipec com o Instituto Pró Livro e o Itaú Cultural durante a Bienal do Livro de São Paulo, em julho, mostra que a influência de personalidades de redes sociais como TikTok, Facebook e Instagram sobre as decisões de leitura do público teve um considerável aumento.
Na Bienal realizada no Rio de Janeiro em 2019, 13% dos entrevistados afirmavam ter obtido a indicação para sua leitura mais recente em uma dessas redes sociais. Na edição deste ano, o número subiu para 28%.
Ao todo, 660 mil pessoas passaram pelo Expo Center Norte no vento, mas é evidente que o público que comparece ao evento literário mais massivo do país tem perfil diferente da população em geral. 98% dos frequentadores da Bienal dizem ser leitores, o que para a pesquisa significa ter lido um livro inteiro ou em partes nos últimos três meses.
Para os brasileiros como um todo, esse número é de 52%, segundo a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a mais abrangente da área. Na edição divulgada há dois anos, apenas 3% dos entrevistados afirmaram seguir recomendação de influenciadores do TikTok ou Instagram -a maior parte das dicas vem de amigos ou professores.
As editoras brasileiras não só têm incorporado a divulgação no TikTok como uma prática corrente como têm vasculhado a rede social em busca de indicações sobre o que publicar.
A pesquisa também identifica um movimento que já era sentido pelo mercado editorial. 87% dos entrevistados dizem ter lido mais durante a pandemia, e a maioria afirmou ainda que a leitura serviu para diminuir a ansiedade e a sensação de solidão provocada pelo isolamento social.
Essa tendência é confirmada pelo crescimento na vendas de obras gerais -que incluem livros de ficção, por exemplo- no mais recente balanço da Nielsen para o mercado editorial.
A pesquisa na Bienal ouviu mil visitantes com mais de 10 anos e que não eram integrantes de excursões escolares.