PM mata esposa grávida, atira contra colegas e tira a própria vida no Recife
A Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado investiga qual teria sido a motivação do crime
© Sergio Flores/Getty Images
Justiça Violência
Um policial militar matou a tiros a esposa grávida e abriu fogo dentro do quartel do 19º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), na zona sul do Recife, deixando dois oficiais mortos e dois feridos na manhã desta terça-feira, 20. Na sequência, o soldado Guilherme Barros, autor dos crimes, tirou a própria vida. A Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado investiga qual teria sido a motivação.
A mulher, gestante de dois meses, foi assassinada na casa em que morava com o marido, no Cabo de Santo Agostinho, município da região metropolitana do Recife. Claudia Gleice da Silva, de 33 anos, foi levada ainda com vida por familiares à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cabo de Santo Agostinho, onde chegou com pulso fraco.
Durante o atendimento, ela teve uma primeira parada cardíaca que durou 17 minutos e, depois de procedimentos de intubação e hidratação, teve uma segunda parada, dessa vez irreversível. Claudia morreu às 11h21. As informações são da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, que administra a UPA.
Depois de balear a esposa, ainda pela manhã, o soldado da PM foi até a sede do batalhão onde trabalhava e atirou contra os colegas da corporação. O tenente Wagner Souza morreu no local e outras três vítimas foram socorridas.
A major Aline Maria e o cabo Paulo Rebelo foram encaminhados ao Real Hospital Português, no Paissandu, área central da capital, com ferimentos de bala. A unidade de saúde da rede privada confirmou a entrada dos pacientes. A PMPE informou, em nota, que a major passou por cirurgia e foi encaminhada para a UTI e que o cabo, baleado no ombro, está internado para passar por avaliações médicas. A major teve a morte confirmada à noite.
Já o sargento Maurino Uchoa foi levado ao Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central. Ele chegou às 11h30 com um ferimento leve na cabeça; a bala passou de raspão e não chegou a perfurar a caixa craniana. O homem passou por sutura, exames como tomografia e recebeu alta por volta das 14h40, segundo a assessoria de imprensa do HR.
A Polícia Militar afirmou que foram acionados todos os meios para o atendimento da ocorrência: a Diretoria de Assistência Social, para o apoio aos familiares; a Diretoria de Polícia Judiciária Militar, por se tratar de "crime tipicamente militar"; o Instituto de Criminalística, para os devidos trabalhos periciais; e equipes de saúde, para o acompanhamento dos procedimentos nos policiais feridos.
O assassinato de Claudia será investigado pela Polícia Civil de Pernambuco, enquanto os eventos ocorridos no quartel serão apurados por inquérito policial militar.
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco disse que as polícias Militar, Civil, Científica e o Corpo de Bombeiros, além de outros órgãos, estão atuando para, neste momento, "dar o suporte aos feridos, investigar e coletar elementos que ajudem a elucidar as circunstâncias e a motivação dessa tragédia envolvendo policiais do 19º batalhão e a mulher de um policial".
"No contexto atual, não é possível repassar outras informações e é prematuro, além de irresponsável, fazer conjecturas. Neste momento de dor e comoção, solicitamos compreensão e respeito às vítimas, familiares, colegas de profissão e demais envolvidos. Oportunamente, faremos novos esclarecimentos", falou em nota.