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Carnaval no Rio prepara maior estrutura de sua história para 2023

O município promete a maior estrutura de sua história. "Está tudo praticamente pronto. Vai ser o maior estafe de todos os órgãos de todos os carnavais", diz Ronnie Costa, presidente da Riotur.

Carnaval no Rio prepara maior estrutura de sua história para 2023
Notícias ao Minuto Brasil

14:00 - 26/01/23 por Folhapress

Brasil CARNAVAL-RIO

(FOLHAPRESS) - O ar na garganta vai fluir livre pelas ruas e avenidas do Rio de Janeiro sem medo de encontrar gotículas contaminadas ou precisar ser consumido com campanhas políticas. É o que espera quem vive de Carnaval não só nos quatro dias de fevereiro.

"Esse ano vai ser o grito mesmo de liberdade", diz Clayton Fraga, 31, que compra e adorna as fantasias da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis.
A menos de um mês da folia, a cidade que respira samba e cultura de rua já está repleta de batuque, com centenas de ensaios de blocos e escolas espalhados se preparando para receber 5 milhões de pessoas, público maior do que em 2020.

Assim como em outros destinos carnavalescos do país, aquele foi o último ano em que a festa de rua aconteceu oficialmente, com autorização aos cortejos, equipes de segurança pública, banheiros químicos e postos médicos.

Em 2022, só o espetáculo da Sapucaí foi permitido, mas fora de época, em abril, sob a ameaça da variante ômicron. Mesmo assim, a cidade viveu dois pequenos carnavais um tanto clandestinos, com músicos e foliões que perambularam pelo asfalto do centro.

"Havia uma demanda reprimida e muita gente acabou frequentando a rua", diz o pesquisador Victor Belart, autor do livro "Cidade Pirata" (ed. Letramento). "Agora, porém, além de o Carnaval reafirmar seu tamanho, será o retorno de alguns dos blocos tradicionais."

Os principais deles, os megablocos, terão lugar próprio para acontecer, com revista policial. Mais de 100 mil pessoas devem passar a cada dia pela avenida Presidente Antônio Carlos, na região central, seguindo os trios elétricos de Preta Gil, Anitta, Ludmilla, Monobloco e Cordão da Bola Preta.

O município promete a maior estrutura de sua história. "Está tudo praticamente pronto. Vai ser o maior estafe de todos os órgãos de todos os carnavais", diz Ronnie Costa, presidente da Riotur.

A logística inclui, por exemplo, fazer com que mais de 450 desfiles cadastrados não se cruzem. Para facilitar a vida do folião, a cidade lança um aplicativo em português, inglês e espanhol com georreferenciamento e filtros para busca por bairro, data e horário.

Será a primeira vez também que mais cortejos passarão pelo centro comercial do que pela zona sul turística, a fim de democratizar e não atrapalhar a dinâmica urbana. As duas regiões concentram os principais blocos, mas em número quem ganha mesmo é a zona norte.

É ali que acontece ainda o "Carnaval do povo", na avenida Intendente Magalhães, que neste ano será transformada numa pequena Sapucaí para receber a terceira divisão das escolas de samba -preservando a gratuidade e o lugar para o churrasquinho.

O próprio Sambódromo da Sapucaí também será modernizado. As luzes coloridas que dão efeito aos desfiles, testadas no ano passado, agora serão fixas, e haverá maior rigor para evitar que o som dos camarotes vaze e que muita gente se aglomere na pista, polêmicas do último espetáculo.

Nos hotéis, as reservas já estão quase cheias, e a expectativa é chegar a 100% de ocupação, contribuindo para uma movimentação de cerca de R$ 5 bilhões na cidade. Mas a ânsia pela festa deste ano inclui outro fator -o político.

Por quatro anos, foliões e a comunidade engajada no Carnaval carioca pediram "fora, Bolsonaro" entre uma marchinha e outra. Agora encaram a folia como comemoração.

Pablo Beato, 34, solta um grito ao ouvir o nome do ex-presidente. "O Carnaval para a gente começou depois das eleições. Tudo melhorou, o clima ficou mais leve. Nós, agentes de cultura, fomos marginalizados", afirma o diretor do bloco Me Enterra na Quarta.

"É o Carnaval da volta à nossa liberdade", diz a veterinária Juliana Rosseto, 40, que sairá pela primeira vez no cortejo.

O pesquisador Victor Belart analisa que, não importa o o contexto, a festa sempre será, por essência, política: "O Carnaval é muito maior do que a pandemia e do que o Bolsonaro. É uma entidade secular que resiste a muitos processos históricos de pé".
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PRINCIPAIS DESTAQUES

Megablocos (av. Presidente Antônio Carlos)
Sáb. (11/2): Chora Me Liga
Dom. (12/2): Bloco da Preta
Sáb. (18/2): Cordão da Bola Preta
Ter. (21/2): Fervo da Lud
Sáb. (25/2): Bloco da Anitta
Dom. (26/2): Monobloco

Desfiles das escolas de samba (no Sambódromo da Sapucaí)

Dom. (19/2):
22h: Império Serrano
23h: Grande Rio
24h: Mocidade Independente
1h: Unidos da Tijuca
2h: Salgueiro
3h: Mangueira

Seg. (20/2):
22h: Paraíso do Tuiuti
23h: Portela
24h: Vila Isabel
1h: Imperatriz Leopoldinense
2h: Beija-Flor
3h: Viradouro

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