Sem nova fronteira para explorar, Brasil terá de importar petróleo de novo, diz Prates
Ele salientou que a exploração na Foz do Amazonas é um processo que pode acontecer de forma "extremamente descarbonizada".
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Economia Petróleo
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse na segunda-feira, 2, que não acredita que os trâmites para a aprovação da exploração do petróleo da Margem Equatorial tenham se encerrado, mesmo com a recente negativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a exploração na Bacia da Foz do Amazonas. "Não consideramos que esse processo terminou com uma negativa. Há um recurso que está esperando resposta", afirmou Prates em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. "É normal na relação de um órgão ambiental, como não há um prazo legal - e alguns advogam que não deve haver mesmo para a questão ambiental -, que haja esse interregno", acrescentou Prates.
Ele salientou que a exploração na Foz do Amazonas é um processo que pode acontecer de forma "extremamente descarbonizada". "A humanidade vai precisar de petróleo por bons 50 ou 60 anos à frente. Se nós não tivermos áreas de nova fronteira para explorar, vamos ter de importar petróleo de novo como Brasil e petróleo mais carbonizado que o nosso", afirmou.
Disse ainda respeitar as decisões do Ibama e o trabalho do Ministério do Meio Ambiente. "O Ibama mudou, o governo mudou, mudou tudo. Nós compreendemos e respeitamos sempre a posição do Ibama, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de reorganizar o Ibama e todas as pessoas que participavam desses licenciamentos, e fazer novas exigências", afirmou.
Prates classifica que a licença recebida na segunda-feira para a perfuração de petróleo na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte e no Ceará, serve para demonstrar a forma de atuação da Petrobras à nova composição do Ibama. "A relevância dessa licença demonstra, permite à Petrobras mostrar o serviço dela atualizadamente."
Eólica em alto-mar
Segundo o presidente da Petrobras, a região do Nordeste brasileiro representa o ambiente mais competitivo, atrativo, rentável e favorável do mundo para o aproveitamento dos ventos no mar.
O executivo afirmou que o objetivo da estatal é, em menos de sete anos, explorar a energia eólica offshore (em alto-mar) na costa nordestina.
"Já estamos fazendo medições para instalação de projetos eólicos offshore. A Petrobras saiu do zero ao primeiro lugar em desenvolvimento de projetos eólicos offshore", afirmou Prates.
Ele salientou que o próximo plano estratégico da Petrobras deve subir o porcentual de capex (investimento) voltado para o desenvolvimento de rotas sustentáveis de 6% para 15%.
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