Salman Rushdie fala sobre facadas em 1ª entrevista para a TV após atentado
Em agosto daquele ano, Hadi Matar, de 24 anos, invadiu o palco da Chautauqua Institution, localizado na cidade de mesmo nome a cerca de sete horas de carro de Nova York, e esfaqueou o escritor de então 75 anos. Ele recebeu cerca de 10 golpes.
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O escritor Salman Rushdie, que em 2022 foi esfaqueado no pescoço e no abdômen durante uma palestra nos Estados Unidos, descreveu como foi o atentado em sua primeira entrevista a um canal de TV desde o acontecido.
Em agosto daquele ano, Hadi Matar, de 24 anos, invadiu o palco da Chautauqua Institution, localizado na cidade de mesmo nome a cerca de sete horas de carro de Nova York, e esfaqueou o escritor de então 75 anos. Ele recebeu cerca de 10 golpes.
"Confesso que às vezes imaginei meu assassino surgindo em algum fórum público ou outro e vindo atrás de mim exatamente dessa maneira. Então, meu primeiro pensamento quando vi essa forma assassina correndo em minha direção foi: 'Então é você'", disse na entrevista para o programa "60 Minutes" na CBS.
O ataque, cometido por um jovem americano de origem libanesa suspeito de simpatizar com os xiitas do Irã, fez com que o autor perdesse a visão de um olho e ficasse no hospital por seis semanas.
"Um dos cirurgiões que salvou minha vida me disse: 'Você teve muito azar e depois teve muita sorte'. Eu disse: 'Qual é a parte da sorte?' e ele disse 'Bem, a parte da sorte é que o homem que atacou você não tinha ideia de como matar um homem com uma faca'", contou.
O escritor está prestes a lançar seu livro "Knife: Meditations After an Attempted Murder" -ou faca: meditações após uma tentativa de homicídio", que fala sobre o ocorrido. Ele sofria ameaças de morte desde a publicação de "Os Versos Satânicos" nos anos 1980.
O livro, que faz um relato ficcional da vida do profeta Maomé, incomodou o líder supremo do Irã, Aiatolá Ruhollah Khomeini, que emitiu em 1989 uma fatwa, ou sentença de morte, pedindo a execução de Rushdie e oferecendo US$ 2,5 milhões por sua cabeça. A fatwa foi revogada há 25 anos.
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