Operação policial em dez comunidades prende 21 no Rio de Janeiro
A ação policial é realizada ema Cidade de Deus, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Morro do Banco, Fontela, Muzema, Tijuquinha, Sítio do Pai João, Terreirão e César Maia
© Shutterstock- imagem ilustrativa
Justiça Segurança
RIO DE JANEIRO, RJ E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Vinte e uma pessoas foram presas nesta segunda-feira (15) durante ação das forças de segurança do Rio de Janeiro em dez comunidades de seis bairros da zona oeste. A operação visa enfraquecer o braço financeiro das facções e as disputas violentas entre grupos criminosos formados por traficantes e milicianos.
A ação policial é realizada ema Cidade de Deus, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Morro do Banco, Fontela, Muzema, Tijuquinha, Sítio do Pai João, Terreirão e César Maia. Dessas, somente Rio das Pedras tem forte influência da milícia, sendo o berço delas no estado. As outras são dominadas por traficantes do Comando Vermelho.
A ação policial é chamada de Ordo, que significa ordem, e conta com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e das concessionárias de energia, água e gás, além de operadoras de serviços de telecomunicações e Guarda Municipal.
O governador Cláudio Castro (PL) acompanhou a saída de tropas das polícias Civil e Militar, além de agentes do programa Segurança Presente e da Seap (Divisão de Recaptura e de Inteligência) para a ação.
"A ideia seria combater a lavagem de dinheiro, combater o crime organizado e por isso chamamos as concessionárias para dentro da ação", disse Castro.
"Hoje já vimos o roubo de água, de energia, o de gás, se não aparecer até o fim do dia, hoje aparecerá durante a semana, notório, que a questão do gás é uma questão complicada, as telefonias também estão dentro conosco, sobretudo por causa do 'gatonet' e de também roubos e furtos de celulares", acrescentou.
Em entrevista coletiva no início da tarde, Castro afirmou que, dos 21 presos, 15 foram detidos em flagrante. Não há feridos.
O governador também disse que irá apurar possível vazamento de informações.
"É óbvio que isso [vazamento], além de deixar a gente triste, irrita profundamente, porque são os servidores que deveriam estar do lado da lei e estão desvirtuados. Vamos achar e vamos punir severamente aquele que deveria estar do nosso lado e está perto para coletar informação", disse.
Castro disse que esta segunda-feira foi escolhida devido ao período de férias escolares e que ligou para o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), para relatar o plano devido à ADPF 635 (ADPF das Favelas), sobre restrições à realização de operações policiais nas comunidades.
A operação envolve 2.000 policiais, que vão atuar nas comunidades por tempo indeterminado. O objetivo, segundo o governo, é identificar, investigar e prender criminosos.
Também são empregados 300 veículos, 37 motocicletas e dois helicópteros apoiados por aparato tecnológico como drones com câmera de reconhecimento facial e de leitura de placas. Além disso, o Centro Integrado de Comando e Controle Móvel foi instalado ao lado da base do Barra Presente, na avenida Ayrton Senna.
Nas primeiras horas da operação, os policiais, além das prisões, apreenderam um carro no qual havia três granadas, encontrado na Linha Amarela, após a fuga de criminosos. Também foram apreendidos uma arma 9 mm, 102 porções de maconha e dinheiro em espécie. Além disso, uma fábrica de gelo foi autuada por poluição do solo -com vazamento de óleo direto para rede de esgoto- na Cidade de Deus. O estabelecimento também realizava furto de água.
Também são cumpridos diversos mandados de busca e apreensão, bem como mandados de prisão em aberto.
Há um grande contingente policial nos principais eixos viários de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio, Itanhangá, Vargem Grande e Vargem Pequena.
"Não vamos recuar até que cada cidadão possa viver sem medo. O estado do Rio tem dono e é a população fluminense", afirmou o governador.